Cidade em MT tem até três gerações sem registro de nascimento

O município de Alto Paraguai, 218 quilômetros de Cuiabá, vai participar no próximo sábado, dia 10, da Campanha de Registro Civil que pretende confeccionar certidão de nascimento de moradores da região. Segundo o juiz diretor do Fórum de Diamantino, Mirko Vincenzo Giannotte, a maioria das pessoas que moram no município vivem da atividade garimpeira e por falta de informação existem até três gerações da mesma família sem registro. A ação é desenvolvida pela Comarca de Diamantino, que jurisdiciona a cidade, e será realizada nas zonas urbana e rural de Alto Paraguai.

“Estamos em 2006 e na cidade ainda existem pessoas que não conhecem telefone e se escondem quando vêem carros”, conta o magistrado. Ainda segundo Mirko Gianotte, a cidade é formada predominantemente de pessoas idosas e a experiência mostra que no município são emitidas certidões de óbitos para pessoas que, sequer, possuíam certidão de nascimento. A ação é desenvolvida em conjunto pelos três juízes, pelos promotores e pelo defensor público da Comarca de Diamantino com o apoio da Prefeitura e o próximo passo é realizar o casamento comunitário na região.

Alto Paraguai é um município que nasceu de sua vocação para o garimpo e até hoje a atividade é o carro chefe da economia da cidade, que também desenvolve a agricultura e a pecuária de subsistência. O município foi fundado em 1953 e possui atualmente 6.144 habitantes. A região é considerada geograficamente uma das mais importantes de Mato Grosso. Ali nasce o Rio Paraguai, principal formador do Pantanal Mato-grossense. A Bacia do Alto Paraguai (BAP) possui uma extensão aproximada de 595.000 Km² mil, dos quais 61% encontram-se no Brasil, 20% na Bolívia e 19% no Paraguai. Em território brasileiro, a Bacia situa-se nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Fonte:24 Horas News – MT