Thomaz Bastos despede-se do cargo e afirma que reforma ministerial começa agora

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai de fato dar início à reforma ministerial após a eleição para as presidências da Câmara e do Senado, que ocorre hoje. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, confirmou que na segunda-feira tem um encontro decisivo no Palácio do Planalto para tratar de sua saída. “Na segunda-feira ao meio-dia, o meu encontro é para conversar sobre alguns projetos do Ministério. É preciso que o presidente escolha o meu sucessor para eu transmitir o cargo,” declarou Bastos.

Bastos pediu demissão logo após as eleições, em novembro. O presidente Lula tentou convencê-lo a ficar para o segundo mandato, mas ele acabou recusando o convite aceitando apenas o pedido para permanecer por mais um mês. O prazo acabou no início de janeiro.

O ministro da Justiça disse que na conversa com o presidente o nome do seu sucessor deverá ser definido. Dentre os mais cotados estão Tarso Genro, ministro das Relações Institucionais, e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence.

No lançamento de uma revista sobre a Reforma do Judiciário, Márcio Thomaz Bastos confirmou aos presentes sua saída. “Falo hoje (ontem) pela última vez como ministro da Justiça. Para mim foi uma experiência inesquecível, que não esperava. Quando vim para o ministério pensava que era muito por vaidade. Depois vi que a possibilidade de fazer um trabalho bem feito,” afirmou, depois de ter ouvido elogios da presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie.

O ministro comentou que apesar de ter gostado do cargo, não vai atender ao pedido do presidente para permanecer por mais um tempo. “Gostei muito dessa experiência de ser ministro da Justiça, não sei como consegui tanto tempo sem ser ministro antes. Mas agora estou saindo com a consciência de dever cumprido,” afirmou.

Bastos não quis adiantar se a reforma ministerial será feita integralmente ou com anúncios específicos de mudanças na equipe. “O presidente fará a reforma ministerial logo após o dia primeiro de fevereiro. Acredito que isso tenha avançado na questão do ministério da Justiça. É um ministério importante e sério. Há muitas coisas que estão andando e não podem parar,” declarou.

O ministro não quis falar sobre sua preferência na escolha do sucessor. Reiterou que esta é uma decisão exclusiva do presidente Lula

O ex-ministro Sepúlveda Pertence, que participou da cerimônia no Ministério da Justiça, preferiu não comentar sobre uma eventual conversa dele com o presidente Lula para tratar de sua ida para o governo. Tarso Genro, por sua vez, tem evitado falar sobre o assunto. Mas tudo indica que o petista irá para o Ministério da Justiça. Tarso Genro é advogado e já teria manifestado desejo de ir para o Supremo Tribunal Federal.

 

Fonte: Jornal do Comercio/RJ