Uma em cada 4 grávidas tem filho fora de sua cidade

Os maiores porcentuais entre as cidades com mais de 500 mil habitantes aparecem em Contagem, com 73,3%

De cada quatro grávidas, uma precisa sair do município onde mora para fazer o parto em hospital de outra cidade. O estudo Estatísticas do Registro Civil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 26,1% dos nascimentos ocorridos em hospitais e registrados em 2009 se deram fora do município de residência da mãe. 

Os maiores porcentuais entre as cidades com mais de 500 mil habitantes aparecem em Contagem (MG), com 73,3%; Jaboatão dos Guararapes (PE), 69,1%; e Aparecida de Goiânia (GO), com 57,9%. Os três municípios ficam na divisa com as capitais de seus Estados. 

Para o IBGE, o dado mostra que, nessas cidades, a rede de saúde não atende plenamente a população. É a primeira vez que o instituto busca esse tipo de informação na pesquisa sobre o Registro Civil. "Claramente, a rede de saúde não atende plenamente a população desses municípios", disse o gerente da pesquisa, Adalton Amadeu Bastos. 

Nas capitais, os porcentuais de registros ocorridos em hospitais de outros municípios ficaram bem abaixo da média nacional. O maior foi verificado no Recife (14,1%), depois Belo Horizonte (9,5%). O IBGE aponta que houve "significativa variação por município e que áreas de menor deslocamento para o nascimento no Amazonas e no Pará são também regiões identificadas como as de maiores proporções de ocorrências em domicílios". 

O estudo mostra que a grande maioria dos nascimentos (97,7%) ocorreu em hospitais. As maiores proporções de nascimentos em domicílios foram observadas no Acre (10,8%), no Amazonas (10,7%), no Pará (6,2%) e em Roraima (6,1%). O IBGE destaca que 7,2% dos registros de nascimentos na Paraíba ocorreram em estabelecimentos de saúde sem internação. 

Idade da mãe

A proporção de mães com idade de 30 a 39 anos chegou a 24,8% em 2009. Há dez anos o grupo representava 21,4%. Também houve aumento entre as mulheres com mais de 40 anos (de 2% para 2,3%) e de 25 a 29 anos (23,7% para 25,2%). A maior concentração de registros de nascimentos ainda ocorre na faixa de 20 a 24 anos, apesar da queda no período analisado, de 30,5% para 28,3%. Também houve queda do volume de nascimentos entre as mulheres de 15 a 19 anos, de 20,8% em 1999 para 18,2%, em 2009. 

O estudo destaca que em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal as proporções de nascimentos de mães de 25 a 29 anos já são maiores que no segmento anterior (20 a 24 anos). Além disso, o volume de nascimentos entre as mães de 30 a 34 anos é maior que o das mães adolescentes nesses locais. Já no Maranhão e no Pará, as proporções mais elevadas ocorreram nos grupos de mães de 20 a 24 anos e 15 a 19 anos.


Brasileiros estão casando menos, aponta pesquisa

Resultado interrompe crescimento registrado nos últimos anos

Os brasileiros casaram menos em 2009 em comparação ao ano anterior, segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta sexta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o instituto, houve redução de 2,3% no número de casamentos entre pessoas com mais de 15 anos em relação a 2008.

O resultado interrompe uma tendência de alta registrada nos últimos anos. Desde 2000 o número de registros crescia no país, segundo o IBGE. Ainda de acordo com a pesquisa, o Acre é o Estado onde há mais casamentos. 

O IBGE mostra que o número de casamentos nos quais a mulher é mais velha que o homem cresceu e chegou a 23% em 2009. Em 1999, este tipo de casamento chegava a 19,3% de todos os registrados no país. 

No ano passado, mais homens solteiros casaram com mulheres divorciadas. Esse tipo de casamento representou 5,3% do total, sendo que em 1999 o índice era de 2,2%. Já o número de mulheres solteiras que casou com homens divorciados representou 7,2% do total de uniões – índice que era de 4,6% em 1999. 

Separações 

Em 2009, houve 23 separações para cada 100 casamentos realizados. De acordo com o IBGE, a legislação mais rápida para oficializar o divórcio fez com que o índice de separações crescesse. 

A idade média de divórcio é de 44 anos entre os homens e de 41 anos entre as mulheres. A maioria dos divórcios acontece entre casais sem filhos, seguido por casais com filhos com menos de 18 anos.

 

Mortes violentas de homens superam as de mulheres

Gerente da Pesquisa di Registro Civil do IBGE diz que eles ainão são mais expostos à violência urbana


RIO – Embora as mortes entre homens por causas violentas, como homicídios, suicídios e acidentes de trânsito, tenham aumentado desde a década de 1980, uma redução foi verificada a partir de 2002. Se no início dos anos 1990, elas representavam 14,2% do total de óbitos masculinos, tendo subido para 16,2% em 2002, no ano passado, elas tiveram declínio e atingiram 14,9%. 

Ao comparar a incidência desse tipo de óbito entre os sexos, observa-se uma sobremortalidade masculina: para cada 3,9 homens mortos por causas violentas, há uma mulher que morre pelo mesmo motivo. A constatação faz parte da pesquisa Estatísticas do Registro Civil de 2009, divulgada nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

De acordo com o gerente da Pesquisa do Registro Civil do IBGE, Adalton Bastos, o homem ainda é mais exposto aos riscos da violência urbana. “Ainda são eles que chefiam os grupos ligados ao tráfico de drogas, que ocupam posições mais perigosas na construção civil, e que mais cometem imprudências no trânsito”, afirmou. 

Bastos destacou, ainda, que quando se observam as diferenças entre as regiões, o estudo aponta que na faixa etária de 15 a 24 anos as mortes masculinas por causas violentas vêm crescendo desde 2004 nas regiões Norte (de 51,8% para 57,6% em 2009) e Nordeste (de 55,5% para 62,7%). Por outro lado, embora a Região Sudeste ainda concentre a maior proporção desses óbitos, a tendência é de queda (de 76,69% para 73,70%). 

“A violência ainda é muito alta principalmente em regiões metropolitanas mais populosas, mas vem caindo provavelmente porque esses centros, como São Paulo, já estão muito saturados e a migração [entre as regiões] não é como antes, não tem mais o excesso de população indo para esses locais gerando os conflitos que víamos. Por outro lado, nas regiões Norte e Nordeste a violência vem aumentando muito em função das novas migrações para cidades médias, que começam também a ficar superpopulosas”, destacou. 

De acordo com o estudo, para o total da população masculina a Região Centro-Oeste continua liderando o ranking de mortes violentas, com 18,2% em 2009, porém mais baixa do que os 20% registrados ao longo da década de 1990. Já a Região Sudeste manteve a tendência de declínio na proporção de óbitos violentos a partir de 2002, alcançando em 2009 o valor de 14,3%. Entre os estados, os maiores índices de mortes violentas ficaram com Mato Grosso (23,8%), Espírito Santo (21,3%), Alagoas (21,1%) e Pará (20,1%).

 

Cresce uniões em que a mulher é a mais velha do casal

Esse porcentual, que era de 19,3% em 1999, subiu para 21,3% em 2004 e chegou a 23% em 2009

 

Casos em que a mulher é mais velha que o homem com quem se casa estão em crescimento no País, conforme o estudo Estatísticas do Registro Civil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse porcentual, que era de 19,3% em 1999, subiu para 21,3% em 2004 e chegou a 23% em 2009. A idade média das mulheres no primeiro casamento subiu de 24 anos, em 1999, para 26, dez anos depois. 

O dado corrobora a elevação da idade das mulheres no casamento. A partir dos 60 anos, os índices de casamento dos homens são mais que o dobro que os números para as mulheres. O IBGE mostra que a maior parte das mulheres que se casaram em 2009 tinha de 20 a 24 anos (28,4). Para aquelas de 15 a 19 anos, o índice em 2009 foi inferior ao de 1999. Já na da faixa de 25 a 29, houve elevação contínua no período analisado, refletindo o aumento da idade média das mulheres ao casar. 

O total de casamentos registrados no País em 2009 (935.116) caiu 2,3% na comparação com o ano anterior, segundo o estudo. O resultado interrompe sequência de aumento verificada desde 2002. Para o instituto, no entanto, a diferença é muito pequena e é preciso esperar o resultado da próxima pesquisa para verificar se de fato há mudança da curva. 

A queda no índice foi de 6,7 em 2008 para 6,5 em 2009, resultado igual ao de 2006 e 2007. De acordo com o IBGE, o dado "expressa tendência de estabilidade ou leve oscilação negativa". Os índices de nupcialidade mais elevados ocorreram no Acre (11,2) e no Espírito Santo (8,7) e os menores, no Rio Grande do Sul (4,4), no Piauí e em Sergipe (4,6 cada). 

Para o gerente da pesquisa, Adalton Amadeu Bastos, é "muito arriscado" atribuir o resultado da queda de casamentos à crise econômica mundial de 2009. "O efeito da crise no País foi muito pequeno. É muito arriscado fazer uma afirmação dessa. Pode ter havido, por exemplo, um número menor de casamentos coletivos. Mas a diferença foi tão pequena que precisamos esperar o próximo ano para verificar a tendência." 

Separações e divórcios 

O Mato Grosso do Sul encabeça o ranking nacional de dissolução de casamentos em 2009, segundo o IBGE: para cada 100 casamentos, 38 foram desfeitos. O menor valor foi observado no Maranhão, onde houve 7 dissoluções para cada 100 casamentos. A média brasileira de insucesso no casamento foi de 23%. 

Quanto às separações, o índice manteve-se estável em relação a 2008, permanecendo em 0,8, e o de divórcios decresceu de 1,5 em 2008 para 1,4, em 2009. No período de dez anos (1999-2009), a comparação dos índices de divórcio mostra tendência de crescimento em todas os Estados, exceto no Distrito Federal, que manteve 2,66, e em São Paulo, onde houve ligeira queda – de 1,7 para 1,6. 

A maior proporção de casamentos entre pessoas divorciadas ocorreu no Rio de Janeiro. O gerente da pesquisa diz que a nova lei aprovada este ano, que tornou mais simples o divórcio, deverá impactar os resultados da próxima pesquisa. "A nova lei termina com a separação judicial, facilita as coisas e diminui os prazos. Acredito que terá impacto na próxima edição da pesquisa", afirmou Bastos. 

Mortalidade masculina 

O Rio também apresenta o maior índice de sobremortalidade masculina do País por causas violentas: 5,5 homens para cada mulher. A média brasileira é de 3,9 homens para cada mulher. Depois do Rio, vêm Bahia (5,3), Alagoas (5,3), Paraíba (5,3) e Pernambuco (5,2). 

A proporção de óbitos masculinos com causas violentas no País era de 14,2% do total de óbitos em 1990, aumentou para 16,2% em 2002 e, em 2009, recuou para 14,9%, com pico no Centro-Oeste (18,3%) e destaque para os Estados do Mato Grosso (23,8%), Espírito Santo (21,3%) e Alagoas (21,1%).

 

Fonte: Jornal Hoje em Dia Online