Usuários reprovam serviço dos cartórios no Acre

Reclamações dizem respeito à demora no atendimento e aumento de taxas de autenticação após privatização. 

A recente privatização dos cartórios da capital não tem agradado aos usuários. O processo também envolveu a mudança de endereços desses estabelecimentos e ainda a alteração no valor das taxas. A mudança é prevista na Constituição de 88, que delega a transferência da administração dos cartórios dos Estados para um serviço terceirizado.

Na manhã da última segunda-feira, usuários aguardavam em uma fila extensa, ao sol, pelos serviços de um cartório na Avenida Ceará. No interior do órgão sete atendentes analisavam os casos e davam os encaminhamentos devidos aos clientes que não aprovaram as mudanças.

Após privatização, serviços prestados pelos cartórios têm irritado a população acreana

Para a funcionária de uma empresa privada da cidade, Cláudia de Jesus, um dos pontos negativos da mudança nos cartórios foi a transferência de endereços sem informar a população e ainda o funcionamento em locais menores, dos ambientes onde eram prestados os mesmo serviços.

"Como vamos analisar positivamente uma mudança, se os novos proprietários dos cartórios não prezam pelo bom atendimento ao cliente? Essa regra é primordial ao serviço privado, estamos na fila há mais de 40 minutos sob o sol forte e ainda existe uma espécie de segurança controlando a entrada dos usuários que vão pagar pelo serviço", destaca.

Para o funcionário público Jorge Alberto, houve uma desvalorização do serviço e uma clara demonstração de descaso com o usuário. "Eles alugam uma sala minúscula que não comporta nem mesmo 20 pessoas lá dentro, não prestam um bom atendimento e ainda estão cobrando mais caro pelos carimbos. Os responsáveis pela fiscalização dessa atividade devem ser mais rigorosos e exigir que o serviço seja melhorado", pontua.

Segundo informações do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), que é responsável pela fiscalização do serviço das serventias (cartórios) extrajudiciais no Estado, a mudança para ser cumprida foi realizado um concurso público, em 2006, aprovar 30 delegatórios e ainda 22 para o cadastro de reserva.

O processo de repasse das serventias do Estado para os delegatórios foi concluído no início de novembro deste ano. Os delegatórios são os empresários que possuem a delegação do TJ para explorar esse tipo de serviços nos Estados da federação.

No Acre, a assessoria do TJAC confirma que o órgão está trabalhando na fiscalização da plena atuação dos novos administradores dos cartórios e que confirmada alguma irregularidade a delegação pode ser revogada e o cargo pode ser assumido por algum concursado do cadastro de reserva.

 

Fonte: Jornal Página 20 – AC
 

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