Projeto Dar a Luz do TJ/MS reduz abandono de bebês

A criança que hoje é a principal alegria na vida do bancário Tony Cruz de Faria, 51 anos, e da economista Ligimeire Nogueira Porto, 45, nasceu de uma mulher que recebeu atendimento psicológico e assistência social do Projeto Dar a Luz, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Desde a gestação, a genitora optou pela entrega do bebê, mas uma das exigências era de que a menina não fosse parar num abrigo. E, de fato, não foi. Maria Luísa, que hoje está com um ano e sete meses passou a fazer parte da família adotiva quando ainda estava na maternidade e isso tornou-se possível por causa do programa que tenta impedir aborto, abandono de bebês e viabiliza a adoção.

Juntos há 10 anos, o casal estava há quatro na fila de espera por uma criança. Ligimeire contou que o primeiro processo de habilitação demorou para ser aprovado porque o marido morava em Tacuru. Como a documentação vence a cada dois anos, os dois fizeram um segundo cadastro. “Se expirasse de novo a gente desistiria por causa da nossa idade. Não queríamos ser avós”, brincou a economista, explicando que a filha chegou em janeiro de 2010, faltando menos de oito meses para o vencimento do processo.

A economista relembrou que a partir do momento em que soube do nascimento do bebê, ela e o marido tiveram cerca de uma hora para decidir se adotavam a criança porque outras famílias estavam na fila da adoção. “Decidimos ficar e é como se ela tivesse nascido da gente”, garantiu a mãe, que acompanhou a menina durante uma semana na maternidade.

Já Tony contou que a vida da família mudou completamente com a chegada da filha. “Antes a gente pegava uma malinha e viajava. Agora nosso planejamento é em função da Maria Luísa. Será que ela pode ficar naquele lugar? Será que vai se adaptar?”, explicou o bancário, contando que a família já está de malas prontas para mudar para outra casa, com mais espaço, por causa da criança.

Envolvimento

Segundo Ligimeire, a menina trouxe alegria não só para o casal, mas para parentes e amigos. “Fizeram um chá de fralda no meu serviço e eu ganhei tanta fralda que fiquei sem comprar por sete meses”, exemplificou. Ela também contou que precisou locar um grande espaço para fazer o aniversário de um ano da criança e assim receber familiares que vieram até do interior de São Paulo para comemorar a data. “A gente fica com medo da responsabilidade porque a adoção não tem volta, mas fora isso é só alegria”, garantiu a mulher, que já tinha até pediatra antes mesmo de adotar o bebê.

A mãe da pequena Maria Luísa frisou ainda a importância do Projeto Dar a Luz e ressaltou que falta conhecimento por parte das mulheres que não querem os filhos e muitas vezes os abandonam. “Elas não sabem que existe esse serviço e que a Justiça não pune”, finalizou.


Fonte: Correio do Estado