CPI do Tráfico de Pessoas investigará denúncia de adoção ilegal na Bahia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas vai à Bahia ouvir os envolvidos em um suposto esquema de adoção ilegal na cidade de Monte Santo. Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, mostrou que cinco filhos, entre eles uma criança de dois meses, foram tirados da casa dos pais pela polícia e entregues à adoção em junho do ano passado. Há suspeita de irregularidades no processo.

Os integrantes da CPI vão marcar uma reunião na Bahia para ouvir o juiz que autorizou a adoção; o atual juiz da cidade, que quer reverter a decisão; a representante do conselho tutelar; e os pais das crianças.

“[Vamos] fazer uma audiência pública para ouvir todos esses personagens e procurar ajudar tanto a Polícia Federal quanto o Ministério Público a esclarecer esse episódio, que constrange e revela o quanto esse crime [tráfico de pessoas] está próximo da sociedade”, disse o presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).

Ainda não há data marcada nem cidade definida para a diligência da CPI na Bahia. "Não sabemos ainda onde, se Salvador, Petrolina ou uma cidade mais próxima”, declarou Jordy.

Glória Perez
O presidente da CPI também vai ao Rio de Janeiro se encontrar com Glória Perez, autora da novela “Salve, Jorge”, que vai tratar do tráfico de pessoas. Jordy entregará a ela um resumo dos trabalhos da comissão, com o objetivo de ajudar o tratamento do assunto pela novela.

Novas audiências
A CPI do Tráfico de Pessoas aprovou nesta terça-feira (16) requerimentos para a realização de um seminário sobre o tema e também diligências, oitivas e audiências públicas em São Paulo, Pará, Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro e também fora do País, na Guiana Francesa e no Suriname, principais rotas do tráfico de pessoas.

Arnaldo Jordy ressaltou que o Brasil é um dos cinco países com maior incidência de tráfico de pessoas.
Segundo a Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, 475 pessoas foram vítimas de tráfico de pessoas no Brasil entre os anos de 2005 e 2011. Desse total, 337 sofreram exploração sexual e 135 foram usadas em trabalho escravo.

Os dados constam de estudo feito em parceria com o Escritório da Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, que apontou que os maiores destinos, além do Suriname, são Suíça e Espanha. Mais da metade do aliciamento é feito por mulheres.

 

 

Fonte: Agência Câmara