Cartório de João Monlevade ficou de plantão durante todo o último domingo para fazer o registro de óbito das vítimas do acidente
“Somos o serviço registral que lida com vidas, não com papéis”. Assim resumiu a registradora civil de João Monlevade, Rosa Maria Bedetti Frade Tavares, diante do trágico acidente ocorrido em uma das rodovias do município e que virou notícia nacional.
Neste domingo (06/12), desde as 8 da manhã, ela estava de plantão para fazer todos os 19 registros de óbito das vítimas fatais do acidente. Graças ao sistema das Unidades Interligadas disponível no IML (Instituto Médico Legal) de Belo Horizonte, e que foi desenvolvido pelo Recivil, as famílias obtiveram a certidão de óbito no próprio local e retornaram para o estado de Alagoas para fazer o sepultamento de seus familiares.
“Eram mais de 8 horas da noite quando terminamos todos os registros. Não quisemos deixar nenhum para depois, porque as famílias vieram de Alagoas para isso. Queríamos resolver e graças a Deus conseguimos”, informou a registradora civil de João Monlevade, para onde foram enviados todos os registros. Ela contou com a ajuda de sua funcionária Valdirene Maria Soares Braz e do escrevente do 4º subdistrito de Belo Horizonte, Warllen Rodrigues Malsa.
No IML da capital, Warllen ficou de plantão na Unidade Interligada para ajudar os familiares neste difícil momento. Ele era responsável por receber a documentação, enviar o registro para o cartório e entregar a certidão aos familiares das vítimas. O trabalho que durou todo o domingo não foi nada fácil, mas ele explicou que a sensação de poder ajudar foi muito gratificante.
“É muito gratificante a sensação de poder ajudar e conseguir fazer todos os registros para liberar os corpos. Dá muito orgulho do nosso trabalho”, contou Warllen, ressaltando também o alívio das famílias, já cansadas, em ter tudo resolvido ainda no domingo.
O serviço executado pelos registradores civis com eficiência e sensibilidade, diante de toda a situação, exerce grande papel, principalmente, em momentos como estes.
“Temos uma importância muito grande para a sociedade. Ter sensibilidade, maturidade e humanidade para essas situações é muito importante. O registro civil mexe com vida, não é só com papel. E infelizmente nesses momentos dolorosos também. Se não tivermos ciência desta nossa importância deixamos alguma cosia a desejar. O nosso cartório é vida envolvida”, afirmou Rosa Maria Bedetti.
Warllen Rodrigues Malsa, escrevente do 4º subdistrito de Belo Horizonte: “Dá muito orgulho do nosso trabalho”
O acidente
O ônibus que saiu de um povoado na zona rural de Mata Grande (AL) na manhã de quinta-feira (3/12) e ia para São Paulo (SP) caiu do viaduto conhecido como “Ponte Torta”, no km 350 da BR-381, em João Monlevade, na Região Central de Minas Gerais. A queda foi de aproximadamente 35 metros.
O acidente aconteceu por volta das 13h30 de sexta-feira (4/12). Há suspeita de falha no freio do veículo. Na tragédia, 19 pessoas morreram e 27 ficaram feridas.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Recivil