Após 10 anos, mãe consegue reconhecimento de paternidade do filho em mutirão do Programa Integrar

Depois de quase uma década de espera, F. P. S., de 12 anos, agora finalmente verá incluído na sua certidão de nascimento o sobrenome Dias de seu pai. Isso porque desde o início de 2000, sua mãe, a vendedora de frutas Maria Pereira da Silva, 40 anos, briga na Justiça para obter o reconhecimento de paternidade do filho. “Estou contente porque houve Justiça. Estou há 10 anos esperando por esse momento”, comemorou Maria Pereira. A decisão foi proferida nesta sexta-feira (06/11) no mutirão de audiências na área de Direito de Família promovido pelo Programa Integrar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Maceió (AL), com o objetivo de dar vazão aos processos alvos da Meta 2 do Judiciário (distribuídos antes de 31 de dezembro de 2005). Só na 26ª Vara de Família de Maceió, onde foi feito o mutirão, cerca de 1.000 processos se encontram nesta situação. Guarda de filhos – Além de ter o nome do pai acrescido à certidão de nascimento, o menino também passará a receber pensão alimentícia do pai, que nunca procurou ter uma relação mais próxima com o filho. “Espero que com isso nos aproximemos um pouco pelo menos como amigos”, disse o garoto. Enquanto filho e  mãe  comemoravam o resultado, em outra  sala de audiência do mutirão o ajudante de cargas e descargas, Luis Carlos de Araújo, 36 anos, conseguia obter a guarda definitiva de seus quatro filhos, depois de mais de cinco anos de espera. Ele conta que há cerca de 10 anos, um ano após o nascimento do mais novo, a esposa foi para Caruaru (PE) abandonando os filhos, três meninas e um menino em Maceió.


Desde então ele toma conta das crianças, mas tem sempre o receio de que a ex-esposa retorne à capital alagoana reivindicando a guarda, o que não será mais possível com o resultado da audiência do mutirão promovido pelo Integrar. “Nunca vou deixar de cuidar dos meus filhos”, disse. O juiz que presidiu a audiência e foi o responsável pela decisão, André Gêdea Peixoto, disse que a demora na conclusão do processo de Luis Carlos decorreu da dificuldade em localizar a mãe das crianças em Caruaru. “Mas agora ele está assegurado legalmente, caso a esposa venha reivindicar, no futuro, a guarda das crianças”, reforçou o juiz. Peixoto, que é juiz titular da vara do município de Maragogi (AL) faz parte da equipe de 20 juízes do estado que contribuíram com o mutirão de audiências promovido pelo Programa Integrar do CNJ em Maceió.


 


Fonte: CNJ


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