A discussão sobre a adoção de criança indígena por famílias não-índias ganha cada vez mais espaço junto à Justiça e lideranças indígenas. Entre 2006 e 2007, cerca de 52 crianças estiveram em abrigos do município de Dourados, sendo que nove ainda permanecem nas instituições.
Segundo o presidente do Conselho Tutelar da cidade, Juarez Nunes dos Santos, a maioria dos casos de abrigamento é conseqüência de maus tratos e abusos sexuais. Para a promotora de Infância e Juventude do estado, Ariadne Fátima Cantú da Silva, meninas e meninos que estão em abrigos têm direito a ter uma família, mesmo que seja não-índia, prevalecendo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Já a administradora da Fundação Nacional do Índio (Funai), Margarida Nicoletti, defende que elas devem permanecer nas aldeias.
Zaloar Murat Martins, juiz da Infância e da Juventude de Dourados, afirma que dificilmente essas crianças dos abrigos serão adotadas, pois já são adolescentes e a preferência das famílias brasileiras que buscam a adoção é por crianças de até cinco anos.
Fonte: IBDFAM