Casais confirmaram matrimônios

As comemorações pelo dia dos namorados foram antecipadas para 60 casais que, no último sábado, dia 11, oficializaram suas relações ao declararem o esperado “sim” diante do altar. A cerimônia conjunta, presidida pelo juiz Sílvio Cesar Maria, levou ao auditório Desembargador Agnano Monteiro Lopes, no Fórum Cível de Belém, cerca de 300 pessoas, que foram testemunhar a confirmação do matrimônio dos casais. A ação cidadã, realizada pela Casa de Justiça e Cidadania do Tribunal de Justiça do Pará, encerrou a programação da Semana da Conciliação organizada pelo Judiciário paraense, e contou com a parceria do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC) e do Cartório do 3º Ofício Guedes de Oliveira.

 

A organização não deixou faltar nada, desde a marcha nupcial, entrada com os pais, pessoas queridas ou mesmo com filhos e daminhas, noivos e noivas vestidos com os trajes tradicionais, buquês, demonstrando a relevância do momento, até o brinde coletivo e o bolo de casamento. Os casais não escondiam o nervosismo, e comemoravam a cada relação confirmada.

 

Dentre eles estavam o aposentado Arnaldo Ferreira, de 74 anos, e a dona de casa Maria da Graça da Silva, 51, que vieram de Outeiro para confirmar uma relação que já dura 25 anos. Eles formavam o casal com mais idade presente na cerimônia. Seu Arnaldo contou que soube da ação cidadã através da imprensa e se apressou em conversar com os filhos sobre o interesse de casar, uma vez que já vinha pensando em como amparar sua companheira de tantos anos, caso viesse a falecer. Com a confirmação dos filhos (ele tem seis e ela tem três de casamentos anteriores), fez o pedido de casamento à dona Maria, que aceitou. “É uma boa iniciativa essa da Justiça para as pessoas que não têm condições de fazerem um casamento, porque casar é caro. Agradeço a oportunidade”, disse o noivo. As custas com um casamento civil está em torno de R$231,00.

 

O casal mais novo foi formado pelo empreendedor Adriel Machado e pela recepcionista Pâmela Machado, ambos de 19 anos. “Ficamos sabendo dessa ação pelo pastor da nossa igreja e já vínhamos pensando em oficializar a nossa relação que já tem cinco anos. Como estou empreendendo em um negócio que ainda está no início, não podíamos gastar com a realização do casamento. A oportunidade veio no momento certo e agora a gente resolveu oficializar com a chegada da nossa bebê”, disse Adriel. Pâmela, que está no sexto mês de gravidez, disse que esse foi um dia dos namorados diferente, que inicia um novo ciclo na vida do casal e que será lembrado para sempre.

 

Outro casal que não escondia a emoção e felicidade era o pintor Juares Malcher, de 63 anos, e a agente de controle de endemias Maria do Socorro Reis, de 50. “Já estamos juntos há quatro anos e pretendíamos nos casar. Com essa oportunidade, como as coisas estão difíceis, não perdemos essa chance”, disse Juares. “Com a economia que fizemos, já que o casamento foi gratuito, vamos oferecer um almoço para a família”, explicou Maria, para quem casar era um sonho. “A gente já vem de outras relações, mas nenhum de nós dois era casado oficialmente”, completou.

 

Casamento é conciliação

 

Na abertura da cerimônia coletiva, o juiz Sílvio Cesar Maria, que é diretor do Fórum Cível de Belém, e também coordenador geral da Casa de Justiça e Cidadania, falou aos noivos sobre a importância do casamento e sobre as responsabilidades que a situação exige, com respeito e consideração ao par. Conforme explicou, o casamento comunitário foi pensado como forma de implementação da paz e valoração da cidadania e da família.

 

“A conciliação é ausência de litígio, ausência de brigas, ausência de descontentamento, e o casamento vem selar isso, consolidar uma relação entre os casais. O Tribunal contribui com esses casais oficializando a relação deles, valorando e mostrando para a comunidade que vale a pena viver legalmente casados, reconhecendo direitos e, acima de tudo, contribuindo com a presença de Deus e a constituição familiar”.

 

A coordenadora do NUPEMEC, desembargadora Dahil Paraense, também falou da satisfação em participar da organização da semana da conciliação e do casamento comunitário, ressaltando o quanto é significante para esses casais terem as suas relações reconhecidas oficialmente. “Atividades como esta nos dá grande prazer de realizar, de participar da história desses casais, reafirmando o amor e o compromisso entre eles”.

 

Da mesma forma, o oficial de cartório Luiziel Guedes, do 3º Ofício de Belém, também falou do aspecto social da ação, que levou cidadania a quem dela precisava. “O Cartório Guedes de Oliveira tem imensa satisfação em ser parceiro do Judiciário em ações como essa, porque promove a cidadania a quem precisa. A renovação das emoções é um momento ímpar e isso transmite amor e felicidade, o que é contagiante sempre”.

 

O juiz Sílvio Cesar explicou que a Casa de Justiça inicia no próximo mês de outubro os preparativos para a próxima cerimônia de casamento comunitário, agendada para o final deste ano. Para este, realizado no sábado, foram oferecidas 50 habilitações, mas como a procura foi além das expectativas, registraram-se 61 casais. Apenas um desistiu, sendo oficializados 60 matrimônios.

 

 

Fonte: TJPA