Caso Raschkovsky
CPI na Alerj começará ouvindo Raschkovsky
Deputados dizem que pretendem quebrar sigilos fiscal, bancário e telefônico de lobista acusado de chantagear políticos
O lobista Eduardo Raschkovsky será o primeiro convocado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), para depor sobre as acusações de extorsão a prefeitos e a candidatos nas eleições de 2006 e 2008. O projeto de resolução 1.123\/2009, que cria a CPI, será votado no plenário amanhã. A expectativa é a de que a CPI seja instalada sexta-feira, e que o depoimento ocorra já na próxima semana. Os deputados dizem que, durante as investigações, pretendem quebrar os sigilos fiscal, bancário e telefônico de Raschkovsky.
A série de reportagens do GLOBO, publicada desde o dia 8 deste mês, mostrou que Raschkovsky negociava sentenças com políticos para blindálos em processos em troca de vantagens financeiras. O lobista utilizava suas relações no Judiciário fluminense, como com o amigo e então presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), desembargador Roberto Wider, hoje licenciado do cargo de corregedorgeral do Tribunal de Justiça do Rio, após as denúncias.
Além de Raschkovsky, Roberto Wider deverá ser convocado pela CPI . Também deverão ser chamados para depor advogados que trabalham no escritório L.Montenegro, administrado pelo lobista, e candidatos a prefeito e a deputado nos dois últimos pleitos.
Wider é acusado ainda de favorecer, em decisões judiciais, os amigos e empresários Roberto Sidi e Roberto Landau em conturbada venda de terrenos na Barra da Tijuca.
Comissão contribuirá com informações para CNJ
Os integrantes da CPI estão praticamente escolhidos. Como é autor do pedido da CPI, Paulo Ramos (PDT) será presidente.
André Correa (PPS) está cotado para a relatoria. Completam a lista Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB), Paulo Mello (PMDB) e Gilberto Palmares (PT).
– Também vamos fornecer informações para ajudar nos procedimentos investigativos abertos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – adiantou Paulo Ramos.
No último dia 10, a Corregedoria Geral de Justiça determinou uma devassa no 15º Ofício de Notas da Capital, dois dias depois da publicação de reportagem no GLOBO sobre as relações suspeitas entre Wider e Raschkovsky. Esse mesmo cartório tem contrato assinado com o escritório L. Montenegro Advogados Associados, que o obrigava a repassar todo mês 14% (R$ 280 mil) de sua receita bruta ao lobista. Recentemente, no entanto, o pagamento fora suspenso pelo cartório, sob a alegação de desinteresse na manutenção do serviço.
Wider promoveu, em março deste ano, mês de sua posse, dois advogados do escritório L.
Montenegro Advogados Associados para o cargo de oficiais de cartórios do Rio de Janeiro e de São Gonçalo
Fonte: Jornal O Globo-RJ
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