BUENOS AIRES – Dois dirigentes da Comunidade Homossexual Argentina (CHA) formalizaram ontem sua união em Madri e disseram que vão pedir à justiça argentina para reconhecer o matrimônio. César Cigliutti e Marcelo Suntheim declararam por telefone que estavam celebrando com amigos sua união e que hoje partiriam em viagem de lua-de-mel para o Egito.
“Viemos até a Espanha porque aqui há uma lei que permite a união homossexual e na Argentina, não”, declarou Cigliutti, presidente da CHA. Ele acrescentou que o casamento foi possível na Espanha porque Suntheim, secretário da CHA, possui dupla nacionalidade, argentina e alemã, portanto é um “comunitário”, pertence a um país da União Européia. “Não vai ser simples, mas não é o caso de duas pessoas que pedem para se casar e a lei não permite. Já estamos casados, a Espanha nos reconheceu. Escolhemos a Espanha porque é (o país) culturalmente mais próximo da Argentina. Mas queremos que a Argentina nos reconheça”.
A Argentina não reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas a legislação da cidade autônoma de Buenos Aires aprovou, em 2002, uma lei que autoriza homossexuais a se unirem como casal e se inscreverem em um registro que lhes garanta alguns direitos no plano econômico e familiar, mas somente nos limites da capital.
As tentativas de união de casais homossexuais foram rejeitados pela justiça por contrariar o Código Civil. A CHA pretende apresentar o tema para a Suprema Corte de Justiça para que declare inconstitucional a limitação do Código Civil.
Fonte: Jornal Hoje em Dia