Clipping – “Trair é cafona, prefiro trocar de marido”, diz designer, casada 4 vezes

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro marido da designer de interiores Nesa César, 53, tinha dez anos a mais que ela, era “riquésimo” e os dois se casaram na igreja: durou um ano e meio. O último tem dez anos a menos, não é rico nem houve cerimônia religiosa: eles estão juntos há seis anos e, diz Nesa, pela primeira vez ela não pensa mais em se casar: “Vou morrer com esse homem”, diz.
Entre o primeiro e o último houve outros dois, sem contar os namoros longos.

 


FOLHA – Era virgem quando se casou pela primeira vez?
NESA CESAR –
Era. Tinha vinte anos e a falta de experiência com um homem foi o maior problema. Não tinha idéia do que seria a vida conjugal, sexual. Apenas imaginava…

 

FOLHA – Foi difícil se separar?
NESA –
Ô! Casei na igreja, festão, meu marido era riquésimo, tinha Mercedes, Porsche, garagem cheia! Minha família era tipo TFP: minha avó colocava o chinelinho no pé do meu avô.

 

FOLHA – Trabalhava?
NESA –
Depois da separação, uma amiga me empregou na Richards (loja de roupas), que tinha umas vendedoras de sociedade, estilo Daslu. Minha família viu que eu estava seguindo o meu caminho, me perdoou, e eu fui trabalhar na tecelagem deles. Aí, conheci meu segundo marido, um judeu russo, louro, um gênio, que nasceu na China, para onde os pais dele tinham fugido na guerra. Eles migraram para o Japão, eram a 50ª fortuna de lá. O pai o mandou para o Brasil para instalar um negócio de fliperama aqui. Ficamos oito anos juntos.

 

FOLHA – Por que acabou?
NESA CESAR –
Eu me mudei para o Japão, vi que não ia dar certo, voltei, ele veio atrás, mas aí eu já tinha me apaixonado por um brasileiro em Los Angeles. Foi só namoro, durou um ano. O pai dos meus filhos foi o seguinte, conheci em Nova York, também era brasileiro.

 

FOLHA – Quanto anos você tinha? Por que só teve filhos com ele?
NESA –
Eu estava com 32 e li em um livro sobre instinto maternal que nem todas as mulheres o possuíam. Eu era uma. Mas de repente me deu uma vontade louca de ser mãe, eu engravidei. Tive dois filhos (hoje com 21 e 19).

 

FOLHA – A experiência da gravidez, amamentação, choro do filho foi deserotizante?
NESA CESAR –
Imagina! Eu era uma grávida magra, bonita, a gente transou durante os nove meses, fez amor no dia em que a bolsa d`água estourou.

 

FOLHA – Os filhos prolongaram o relacionamento?
NESA CESAR –
Sim. Fiquei com o pai dos meus filhos dez anos. Filhos fortalecem a relação, são muitas novidades.

 

FOLHA – Você é divorciada?
NESA CESAR –
Só do primeiro.

 

FOLHA – A fidelidade é importante?

NESA CESAR- Fundamental: e a lealdade também. Pensamento, palavra e ação.

 

FOLHA – Como você vai saber?
NESA CESAR –
Não procuro saber. Eu não traio: não quero dizer que nunca traí, mas esse marido, não. Sempre preferi trocar de marido. Trair é cafona, coisa desses caras de 1900 e bolinha, que têm uma mulher e desfilam com outra na frente dos outros.

 

FOLHA – Como manter o interesse sexual depois de alguns anos?
NESA CESAR –
Isso está ligado a admiração pelo parceiro.

 

FOLHA – O que acaba primeiro, o tesão ou o amor?
NESA CESAR –
O tesão. Tenho amor por todos os meus ex.

 

FOLHA – Por que tantas mulheres reclamam de falta de homem?
NESA CESAR –
Isso é engraçado. Porque elas não querem um homem, querem um ser inteligente, rico, barriga tanquinho..

 

FOLHA – Qual a diferença do casamento 30 anos depois?
NESA CESAR –
Não me arrependo de nada, mas, se há 30 anos a minha cabeça fosse a que eu tenho agora, talvez ainda estivesse casada com o primeiro.

 

 

Fonte: Jornal Folha de São Paulo