Conservação preventiva de livros e pequenos reparos é tema de oficina do Congresso realizado pelo Recivil

Belo Horizonte (MG) – A consultora em Preservação de Documentos, Mariana Scapolatempore, ministrou a oficina sobre conservação preventiva de livros e pequenos reparos para os participantes do VI Congresso promovido pelo Recivil, com o objetivo de ensinar métodos e procedimentos para preservar e conservar os livros dos cartórios.

Duas oficinas, de cerca de duas horas cada, foram realizadas, nesta sexta-feira (23.11). Mariana inicialmente falou da diferença dos conceitos de preservação e conservação. “Preservação é cuidar, tomar conta, perpetuar um bem que é uma referência do passado, atuando no presente e refletindo no futuro. É atuar sobre os elementos físicos das obras, prevenindo contra a deterioração mediante um trabalho sobre as condições externas”, explicou.

Já a conservação está a serviço da preservação. “Seu papel é prevenir ou reduzir deteriorações do patrimônio através do controle ambiental e da intervenção direta”.

Mariana Scapolatempore ensinou procedimentos adequados para a conservação dos livros

Segundo ela, o principal agente que desencadeia a destruição de papéis é a poeira, por isso é importante que os livros estejam armazenados em locais adequados, evitando que agentes físicos, químicos, biológicos e ambientais danifiquem os documentos.

Como agentes físicos, Mariana Scapolatempore citou a luminosidade, a temperatura e a umidade. Já os agentes químicos que danificam os documentos são a acidez do papel, a poluição atmosférica e até mesmo as tintas. Como agentes ambientais estão a ventilação e a poeira, e os agentes biológicos citados pela consultora foram os insetos, fungos e roedores.

“O ataque de insetos tem provocado graves danos a arquivos e bibliotecas, destruindo coleções e documentos preciosos. Já a luta contra ratos é mais difícil que a prevenção contra os insetos. Eles podem provocar desgastes de até 20% do total do documento”, disse Mariana, ressaltando que os principais insetos que destroem os documentos são os carunchos, traças e baratas.

Durante a oficina, foram citados os procedimentos adequados e o uso de materiais de segurança, como não manusear um documento com as mãos sujas, anéis, relógios ou pulseiras, lavar as mãos antes de iniciar o manuseio dos documentos e não manusear documentos sem o devido apoio, já que os documentos devem ser manuseados sobre um suporte.

Sala lotada acompanhou a oficina de conservação preventiva de livros e pequenos reparos durante o VI Congresso

“Pequenos cuidados podem produzir grandes resultados. Atitudes tomadas no nosso cotidiano, como a utilização de materiais adequados e o manuseio correto da documentação são essenciais para a preservação do acervo”, ressaltou a consultora em Preservação de Documentos.

Para o registrador civil da cidade de Miraí, Carlos Schettino, participar da oficina valeu a pena. “Pude aprender vários detalhes para utilizarmos no cartório para melhorar a qualidade dos livros gerando mais tempo de uso efetivo dos livros”, disse.

Ao final da oficina, Mariana sugeriu fornecedores e materiais específicos para a conservação de livros e recomendou também uma bibliografia para quem quisesse pesquisar mais sobre o assunto.