O projeto de lei sobre o casamento homossexual, apresentado pela esquerda, no poder na França, e já votado pelos deputados, começou a ser examinado nesta quinta-feira pelo Senado, o que fez os opositores ao texto convocarem protestos.
A ministra da Justiça, Christiane Taubira, defendeu o texto diante dos senadores, invocando a igualdade de direitos, a liberdade e a fraternidade.
No início do debate, o socialista Jean-Pierre Michel, relator do projeto no Senado, rejeitou uma proposta da oposição de direita de criar uma união civil para os casais do mesmo sexo.
Esta proposta "contradiz o espírito da reforma ao perpetuar a desigualdade", disse.
Segundo uma pesquisa do instituto CSA divulgada nesta quinta-feira, a maioria dos franceses é favorável (53%) ao casamento homossexual, mas se opõe à adoção por parte dos casais do mesmo sexo (56%), incluída no projeto de lei.
O debate no Senado vai durar até 12 ou 13 de abril. Diferentemente do ocorrido na Assembleia Nacional (Câmara Baixa), na qual o texto foi adotado por uma ampla maioria, considera-se que a votação no Senado será muito mais ajustada.
Esperando poder impedir ainda a adoção da lei, os opositores ao texto, mobilizados há vários meses, decidiram protestar mais uma vez nesta quinta-feira.
Duas manifestações diferentes estavam previstas para a tarde perto do Senado.
O grupo "Manifestação para todos" (para se opor ao "Casamento para todos" previsto na lei), que já realizou dois grandes protestos nos dias 13 de janeiro e 24 de março, convocou seus partidários a se reunirem com bandeiras, apitos, tambores e panelas.
Já o Instituto Civitas, responsável pelo segundo protesto e ligado dos católicos integralistas, apelou para que seus partidários pressionem os senadores por meio de orações, pedindo "orações e ira santa".
No Senado, os parlamentares da direita apresentaram cerca de 280 propostas de emenda e três moções de procedimento contra o texto.
O projeto de lei que autoriza o casamento e a adoção por casais homossexuais foi adotado em primeira leitura por ampla maioria na Assembleia Nacional no dia 12 de fevereiro, depois de quinze dias de intensos debates e da análise de mais de cinco mil propostas de emenda.
Espera-se que a votação do texto seja mais apertada no Senado, onde a esquerda possui uma maioria de apenas seis assentos.
Fonte: Terra
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