Como a maioria das escolas de Roraima não tem computador, 328 das 445 cadastradas, o preenchimento do formulário do Censo 2005 aconteceu de maneira manual. Com isso, o Setor de Estatística detectou que 2.226 alunos entre 7 e 16 anos não possuem registro civil, apesar de ser uma exigência na hora de efetuar a matrícula.
Das 328 escolas sem computador, o Setor de Estatísticas digitalizou dados de 220. O setor de Auditoria da Secretaria de Educação foi procurado no período da tarde, para falar sobre o que teria acontecido para tantos alunos estarem matriculados sem o registro, mas não havia nenhum técnico no setor, sob a justificativa do expediente terminar às 13h30.
A coordenadora do Censo, Selma Mariot, disse que ainda não existe um diagnóstico preciso, mas devido a esse quadro, o Setor de Estatísticas, juntamente com a Divisão de Educação Escolar Indígena, Divisão de Ensino do Interior e secretarias municipais de Educação buscará uma forma de incentivar os pais a registrarem os filhos.
“Vamos buscar parcerias com escolas da Capital e com os municípios que cadastraram alunos, para que junto com os secretários municipais de Educação e os coordenadores de ensino do interior desencadear uma campanha educativa no sentido de orientar os pais para que procurem um cartório mais próximo para registrar os filhos”, comentou Mariot.
Os números se concentram no interior, em municípios como São João da Baliza, São Luiz do Anauá, Rorainópolis e Mucajaí. Na Capital, Mariot disse que não teve acesso à informação porque foram as escolas que cadastraram os alunos e enviaram os dados para o banco de dados do INEP.
Ela acredita que a campanha do registro civil deva começar o mais rápido possível, visto que na segunda quinzena de abril, o Estado será piloto do Sistema de Acompanhamento de Freqüência Escolar (Safe), no qual os alunos da rede pública de ensino vão receber um cartão com número de identificação para o controle da freqüência escolar. Segundo Selma, os 2.226 existem de fato, mas não de direito. (R.L.)
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