Emoção marca a Nona Etapa da Caravana da Assistência Social

As lágrimas de uma jovem de 18 anos e a vergonha que ela diz sentir por não ter o registro civil mostram a importância do Projeto Caravana da Assistência Social, que já realizou nove etapas, em benefício do grande número de pessoas de Minas Gerais que não possuí nenhum documento.

 

A falta do registro civil fez de Francinete Gomes dos Santos, moradora do distrito de Vila Nova dos Poções, em Janaúba, uma pessoa sofrida, que não pôde estudar, não sabe ler nem escrever, e ainda possui uma filha de um ano que também não é registrada. “Nem eu nem minha filha somos reconhecidas pelo mundo. Isso me dói tanto”. Essas são apenas algumas das palavras que Francinete usou para explicar sua tristeza. Mas, aos poucos, as lágrimas foram substituídas pela esperança em obter o registro com a ajuda do Recivil. “Se Deus me ajudar e vocês também, eu vou ter o registro”.

 

                                             

                                             

                                                                                    Francinete Gomes dos Santos dá entrada no processo para obtenção

                                                                                                       do registro civil no cartório de Vila Nova dos Poções

 

Além de Francinete, o Recivil e seus parceiros ajudaram mais de mil pessoas a obterem as segundas vias de certidões, registro civil, requerimento de registro tardio, requerimento de registro de óbito tardio, carteira de identidade, CPF, carteira de trabalho e título de eleitor.

 

Nos dias 31 de julho a dois de agosto, o Recivil esteve nos distrito de Vila Nova dos Poções e Quem Quem, em Janaúba, e no município de Francisco Sá realizando a Nona Etapa da Caravana da Assistência Social, que contou com a ajuda dos oficiais dos cartórios de registro civil, dos prefeitos dos municípios, dos assistentes sociais, dos líderes comunitários, dos juizes das comarcas, da equipe do Agente Jovem e da Juventude Ativa, da equipe do Cras de Francisco Sá, dos gestores do Bolsa Família, dos promotores, dos defensores públicos, da imprensa local, do Instituto de Identificação, da Delegacia Regional do Trabalho e de muitos outros voluntários.

 

                                                       

                                                                                                 Moradores obtiveram gratuitamente as segundas vias

                                                                                                       das certidões de nascimento, casamento e óbito

 

 

O oficial de Vila Nova dos Poções, Lourivaldo Martins da Silva, falou sobre o projeto desenvolvido pelo Recivil: “É ótimo demais. Uma coisa que ajuda a população. Todo cidadão tem que ter um registro, tem que ter uma documentação. E o Recivil providencia e vem atrás, busca e resolve”. A oficiala de Quem Quem, Elisvalda Rodrigues Silva, compartilha a mesma opinião. “É um trabalho muito bom, muito gratificante que está ajudando a população mais pobre”, disse Elisvalda.

 

Em Francisco Sá, o oficial Jorge Luiz Ribeiro recebeu a ajuda do oficial do distrito de Catuni, José Joaquim Duarte, e trabalharam juntos na emissão das segundas vias das certidões. Jorge se emocionou ao falar sobre a ação que estava sendo realizada pelo Recivil e sobre o trabalho pelo qual ele se dedica há vários anos. “É uma oportunidade muito grande, porque a gente mora no interior e vê o sofrimento das pessoas. Só tenho a gratificar o Recivil, o trabalho do Paulo Risso, esse empenho que ele vem desenvolvendo pelo Sindicato. Fico emocionado porque são muitos anos que a gente está trabalhando junto com o Recivil e estamos deixando o serviço depois de 28 anos. O trabalho continua e a luta continua”, conta.

 

                                            

                                                        Os oficiais Jorge Luiz Ribeiro (esq.) e José Joaquim Duarte trabalharam juntos em Francisco Sá

 

 

Nos três dias de ação, foram emitidos mais de 1.500 documentos. Um dos processos de registro tardio foi o de Joana Maria de Jesus, de 62 anos, que não possui o registro civil. A professora Maria de Fátima Oliveira, que dá aula para Joana através de um programa de alfabetização de jovens e adultos, ficou sabendo do evento que seria realizado em Francisco Sá e acompanhou Joana até o Cras (Centro de Referência da Assistência Social), para dar entrada no processo de obtenção do registro tardio. “Naquela época não precisava do registro”, explica Joana sobre porquê de não ter sido registrada até hoje.

 

Quem achava que também não precisava da documentação civil foi Edgar Ferreira, de 46 anos, morador de Quem Quem. Ele deixou de trabalhar no dia primeiro de agosto para procurar a Caravana da Assistência Social e obter ajuda para fazer o registro de óbito de sua esposa, que faleceu há 10 anos. “Eu achava que não precisava desse papel, mas outro dia eu passei necessidade, já que minha filha é menor de idade, e não conseguiu casar porque precisava da certidão de óbito da minha esposa”, explica Edgar.

 

                                              

                                                                                                

                                                                                                  Moradores fazem fila para receber atendimento durante

                                                                                                       a realização da Nona Etapa da Caravana da Cidadania

 

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação do Recivil