Equipe de Projetos Sociais do Recivil realiza primeira ação de 2010

Entre os dias 25 e 31 de janeiro de 2010, a equipe de Projetos Sociais do Recivil esteve na cidade de São Francisco, atendendo a comunidades quilombolas dos Distritos de Santa Izabel e Vila do Morro para realizar a 1ª etapa do projeto “Registro Civil Quilombola e Indígena é Direitos Humanos”, uma parceria entre o Sindicato e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (Sedese).

 

No Distrito de Santa Izabel, a equipe atendeu as comunidades de Bom Jardim da Prata, Brejo da Felicidade e Lajeado. Já em Vila do Morro, o atendimento foi realizado na comunidade de Buriti do Meio.

 

Ao todo a equipe realizou 450 atendimentos, sendo quatro registros tardios; 346 segundas vias de certidões de nascimento; 50 segundas vias de certidões de casamento; três segundas vias de certidões de óbito; 42 certidões negativas; 4 habilitações de casamento; duas conversões de união estável em casamento e um reconhecimento de paternidade.

 

Equipe do Recivil atendendo aos quilombolas

 

A iniciativa contou com o apoio da Prefeitura de São Francisco, através da participação da secretária de Desenvolvimento Social e dos Oficiais de Registro Civil dos Distritos de Santa Izabel, Vila do Morro e do município de São Francisco.

 

A quilombola de Lajedo, Dona Altina, de 74 anos, que foi beneficiada pelo projeto agradeceu o trabalho da equipe do Recivil. “Eu fico feliz quando vem gente de fora aqui, porque vê o que a gente está passando. Vê a situação da escola, vê as nossas dificuldades. E é um imenso prazer recebê-los aqui”, falou a quilombola. Dona Altina agradeceu também o trabalho do Oficial de Registro Civil do Distrito de Santa Izabel, Rogério Albernaz Santos. “Eu sinto feliz também com o trabalho do Rogério, porque já tirou nosso registro. E ele está nos atendendo muito bem”, completou. 

 

Dona Altina, líder da comunidade de Lajedo

 

A coordenadora da equipe de projetos sociais do Recivil, Andrea Paixão, elogiou o trabalho da prefeitura e dos Oficiais de registro civil do local. “Acho que o nosso objetivo foi alcançado, foi muito positivo porque tivemos um grande apoio da Prefeitura local, através da assistente social Raquel, da Secretaria de Assistência Social”, destacou.

 

“Os Oficiais de registro civil da região também nos apoiaram bastante. Sem o trabalho da Oficiala Irene Veloso Gangana, de São Francisco, do Oficial Rogério Albernaz Santos, de Santa Isabel de Minas e do Oficial do Morro, Emerson Gomes Fonseca, nada poderia ser feito. E claro, não podemos deixar de citar o apoio de toda comunidade quilombola que recebeu a equipe do Recivil com muito carinho”, completou Andrea.

 

População do quilombo de Lajedo é transportada em carro de boi até o local do atendimento por causa da  precariedade das estradas

 

A comunidade quilombola de Lajeado foi reconhecida graças ao trabalho da negra Gilmara, que no dia do evento não estava presente. A irmã dela, Lúcia, que é professora há 20 anos na escola local, comentou a importância do evento. “Essa iniciativa é muito boa para nós que moramos nessa comunidade que está isolada pela dificuldade da estrada. Até hoje ninguém tinha olhado pra nossa estrada e para nossa comunidade. Somos esquecidos e agora fomos lembrados. Essa é a nossa luta, uma luta muito grande. Com o reconhecimento do quilombo esperamos mais coisas”, declarou Lúcia.

 

O Oficial de Santa Izabel de Minas também aprovou o projeto. “Foi muito válido este movimento. Esta é a primeira vez que realizamos este tipo de projeto aqui e espero que sejam feitas outras vezes. Agradecemos ao Recivil, a secretária de Assistência Social do município, Dra. Raquel e mais ainda a todos os presidentes dos quilombos”, completou o Oficial.

 

Grupo de dança da comunidade quilombola de Buriti do Meio após apresentação de agradecimento ao Recivil.

 

No último dia dos mutirões as quilombolas de Buriti do Meio apresentaram uma dança típica chamada de “canto do passarinho” em agradecimento à equipe do Recivil pelo trabalho realizado. “Quando estamos com fome, nós cantamos pra distrair, quando estamos tristes, cantamos pra nos alegrar, pelo canto do passarinho a vida se desenvolve… nós cantamos por sentimento”, declarou Maria das Neves, presidente dos Quilombolas.