Escrevente de cartório do ES é presa suspeita de falsificar documentos

Com papéis falsos, homem tentou sacar R$ 2 milhões em precatórios. Mulher trabalhava em um cartório em Santa Leopoldina, na região Serrana.

 

Uma escrevente de 44 anos, de um cartório de Santa Leopoldina, município da região Serrana do Espírito Santo, foi presa nesta quarta-feira (26) por ser suspeita de falsificar documentos, facilitando uma tentativa de golpe que aconteceu em dezembro de 2013. Com papéis irregulares cedidos por ela, um homem tentou sacar mais de R$ 2 milhões em precatórios – dívidas vencidas do governo – que seriam para uma empresa paulista, segundo a polícia. O homem já está preso. A escrevente foi levada para o Centro de Detenção Provisória Feminino de Viana.


O delegado da Superintendência de Polícia de Interior, Danilo Bahiense, a suspeita falsificou uma procuração e um alvará em nome de um homem de 28 anos. Com os documentos falsos, ele foi até uma agência bancária do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) e tentou transferir o dinheiro para a conta dele. Mas a transação chamou a atenção de funcionários do Tribunal e da Polícia Civil.


"A empresa é de São Paulo. Se o cidadão viesse ao tribunal para pegar o alvará, ela saltaria no aeroporto, receberia o alvará, pegaria o dinheiro e retornaria. Mas não, a procuração foi feita exatamente em Santa Leopoldina, então isso chamou muito a atenção da polícia", falou o delegado.


O homem foi preso em flagrante. A polícia deu continuidade às investigações e encontrou documentos do cartório em que a escrevente trabalhava, em Santa Leopoldina, em um apartamento em Jardim Camburi, Vitória.


"No local funciona uma sucursal do cartório e o aluguel, inclusive, era pago pelo cartório. O apartamento é ao lado do que pertence à escrevente. Verificamos que havia muitos documentos no local, inclusive selos assinados, que nós vamos verificar se são autênticos ou não, além de muitos papéis oficiais e carimbos. Ou seja, fazia-se todo o trabalho cartorário em Vitória e sonegava-se também documentos ao Tribunal de Justiça", afirmou Bahiense.


A Polícia Civil agora está a procura de um outro homem, um corretor, que seria o intermediário das negociações. "O nome dessa pessoa foi citado pelo suspeito preso em flagrante e já fizemos buscas na casa dele, mas ele está foragido. Essas pessoas acreditam na impunidade, pois falsificar um documento e ir ao Tribunal de Justiça para sacar dinheiro, apanhar um alvará assinado, então, pelo presidente do Tribunal, isso tudo é seríssimo. As pessoas realmente não acreditam na punição que podem receber, mas estamos tirando essa quadrilha de circulação", garantiu o delegado.

 

Fonte: G1