Dez dias a bordo de um navio da Marinha do Brasil foi o tempo suficiente para que uma expedição, formada por 20 homens, se deslocassem do porto de Corumbá até a divisa de MS com MT para levar assistência e solidariedade à população ribeirinha do Rio Paraguai.
A expedição aconteceu de 12 a 21 de dezembro e reuniu a Secretaria de Trabalho e Assistência Social e Economia Solidária (Setass), a Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça, a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Ambiental, a Defesa Civil, a Marinha do Brasil, o Foro de Corumbá, o Serviço Notarial e de Registro Civil das Pessoas Naturais de Ladário, a Anoreg e a Prefeitura Municipal de Corumbá.
A ação faz parte do Programa Nacional para Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento, na qual a participação de Tae-Sang Lee, tabelião de Ladário fez diferença, considerando-se que 19 crianças menores de 12 anos passaram a ser cidadãos brasileiros. Lee, com um notebook e uma impressora, compôs a expedição e ofereceu a conquista do registro civil à população ribeirinha. Tae-Sang Lee está no Pantanal há pouco tempo. Veio de São Paulo, onde trabalhou em grandes empresas, e nunca se imaginou envolvido em uma missão como essa.
Os dez dias foram satisfatórios pelos resultados. Viajando durante o dia, trabalhando à noite e dormindo em um espaço mínimo a bordo do navio da Marinha (a embarcação é equipada para tropas militares), Lee confessa que foi a coisa mais incrível que já fez. “Você vê a população, vê como o povo é carente e se emociona com a felicidade alcançada com o documento de registro em mãos”, comentou o tabelião.
A participação de Lee na expedição foi resultado de um processo que envolveu inclusive o remanejamento de um funcionário do cartório de Corumbá para substituí-lo em Ladário. Tudo isso foi possível em razão do empenho do Juiz Diretor do Foro de Corumbá, Dr. José Rubens Senefonte, em solidariedade à causa e da autorização da Corregedoria-Geral do TJ.
A ação de erradicação do sub-registro é coordenada no MS pela assistente social Adma Freitas da Silva e, além dos registros, a expedição levou 540 cestas básicas para 90 famílias cadastradas no Programa de Inclusão Social, além de atendimento médico, odontológico, carteiras de trabalho e vacinação.
O juiz auxiliar da Corregedoria-Geral do TJMS, Vladimir Abreu da Silva, entende que é preciso realizar mais ações como essas, com parcerias que garantam o direito à cidadania, principalmente àqueles que habitam as regiões rurais
Fonte: Arpen/BR