Cerimônia em março oficializará os relacionamentos de quatro irmãos. Kelly Fernandes, uma das noivas, crê em ‘ineditismo’ da festa.
No dia nove de março, Kelly Fernandes, de 24 anos, acredita que participará de um feito inédito no Brasil. Ao menos para a jovem, o país ainda não registrou um casamento de quatro irmãos em única cerimônia.
Namorada de Bruno Teixeira há dois anos, ela aceitou compartilhar a data de seu casamento com os outros três membros da família Teixeira.
“A gente andou pesquisando e não achamos ninguém que casou assim. Faremos algo histórico. Está sendo muito divertido o casamento inédito", comenta.
O périplo começou em julho de 2012, quando Juliana Teixeira, cunhada de Kelly, reuniu os irmãos Jéssica, Bruno, e Fabrício – todos em vias de oficializar os respectivos relacionamentos – e propôs uma celebração única.
“Como tudo aconteceu muito próximo, nos casaríamos todos no civil quase na mesma época, começamos a pensar em uma festa só. Inicialmente, cada um faria um almoço pra comemorar a união. A Juliana teve a ideia de fazermos uma festa grande para todos nós.”
Kelly confessa que recebeu a novidade com estranheza e insegurança. Achou que não havia tempo hábil para viabilizar a megalomania. Entretanto, diz que o imperativo da cunhada prevaleceu, e todos acataram. “Ela intimou mesmo, não propôs. Falou pra casarmos todos juntos. É difícil dividir o dia. De começo eu achei que seria um erro, que a gente tinha pouco tempo pra organizar. Mas deu tudo certo, e foi ótimo.”
Para ajudar nos preparativos, contrataram uma empresa especializada no assunto. Em conjunto, fecharam o número de convidados em 300 pessoas, 14 padrinhos, uma banda sertaneja, um DJ, dois fotógrafos e dois cinegrafistas. A festa ainda terá quatro bolos, quatro vestidos e quatro buquês diferentes. “A gente combinou que cada uma usaria o vestido e buquê que desejasse. São quatro personalidades diferentes. E deu super certo. Vai parecer um desfile de vestido de noiva.”
Viabilizaram as despesas dividindo os custos por casal, e já empenharam mais de R$ 40 mil. Aos amigos e parentes, também embalados pelo “ineditismo do evento”, prometem uma cerimônia “curta”, e sem atrasos das noivas. “Os fornecedores estão enlouquecidos. Bem mais do que a gente. Todo mundo está curioso. Estimamos uma cerimônia de uma hora e meia, no máximo, senão os convidados ficarão muito cansados, coitados”, brinca Kelly.
Pânico
Foram incontáveis reuniões para definir da cor da toalha nas mesas à escolha do DJ. Kelly assegura que as quatro noivas conseguiram manter o equilíbrio emocional na maior parte do tempo. O nervosismo foi assumido por Nilza Teixeira, mãe dos quatro noivos. “Ela ajudou em tudo, mas agora está super tensa, bem mais do que nós.” A calmaria das moças só foi abalada em novembro de 2012, quando três perderam os respectivos vestidos de noiva em um incêndio que atingiu um conjunto de lojas do centro de São Paulo.
Os modelos tinham sido comprados com antecedência em uma feira do ramo. Juliana foi a única que não teve o figurino escolhido queimado. “Foi uma choradeira. O meu vestido, o da Vanessa e o da Jéssica ficaram queimados. A loja não passava a informação certa sobre o incêndio. Até hoje não sabemos como aconteceu. O da Juliana ficou intacto. Segundo eles, o dela não queimou porque estava na lavanderia.”
Pelo Facebook, leram a notícia de que a loja onde tinham comprado os vestidos era uma das atingidas pelo fogo. O problema se arrastou durante duas semanas até a garantia de ressarcimento. “Escolhemos modelos parecidos com o que a gente já tinha comprado, independente do valor. Deu tempo de tudo, foi resolvido, mas o desespero durou um 15 dias.”
A coletividade termina no evento. Na lua de mel, os destinos serão diferentes. “Até pensamos em ir todos para um mesmo local, mas depois achamos melhor nos separarmos. Seria muita bagunça.” A partir de 2014, porém, a comemoração volta a ser em data única. “Vamos sempre celebrar juntos.”
Fonte: G1