A emoção tomou conta da equipe do Programa Pai Presente, executado pela Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás (CGJGO), durante mais uma das ações desenvolvidas na tarde desta quarta-feira (26) para reconhecimento voluntário de paternidade, desta vez envolvendo presidiários.
Assim que pegou o filho, de apenas cinco meses, pela primeira vez nos braços, o detento Francimar Pereira Câmara, não conseguiu conter as lágrimas e simplesmente chorou ao ter a convicção de que os dois maiores sonhos da sua vida acabavam de se realizar: o de tocar aquela criança e ter seu nome inserido como pai na certidão de nascimento dela.
Desde que nasceu, ele ainda não tinha visto o rosto do filho, nem tido a oportunidade de desfrutar da sua companhia. “Sempre sonhei com esse filho. Esse é um dos momentos mais importantes da minha vida. Farei de tudo para cumprir minha pena rapidamente agora para poder cuidar dele. Agora tenho realmente uma razão para viver”, disse, comovido.
Outro relato emocionado é da professora Kesley Paola Ferreira Marques, cuja filha, de 8 anos, foi reconhecida pelo pai também durante a ação do programa, promovida na 4ª Vara Criminal de Goiânia, no Fórum Fenelon Teodoro Reis (Fórum Criminal). “A sensação de ver a felicidade de um filho não tem preço. Hoje me sinto realizada porque minha filha, além de ter o nome do pai incluído no registro de nascimento, poderá conviver com ele, como tanto sonhou”, salientou.
Somente nesta quarta-feira, foram realizadas seis audiências de reconhecimento de paternidade relacionadas com presidiários. Os procedimentos ocorreram sob a supervisão do juiz Eduardo Perez Oliveira, acompanhado da servidora da CGJGO e gerente administrativa do Pai Presente, Maria Madalena de Sousa. Como a entrada de crianças é proibida nas unidades prisionais quando não configurada a relação de parentesco direto com o presidiário, a adesão da população carcerária ao projeto é muito grande, conforme explicou Maria Madalena. “Eles ficam ansiosos para serem visitados pelos filhos e, com isso, regularizam a situação rapidamente”, frisou.
Fonte: TJGO