A mulher registradora civil é uma profissional que atua na área dos cartórios de registro civil de pessoas naturais, responsável por registrar e documentar os atos jurídicos, que envolvem pessoas naturais (nascidas com vida) e seu trabalho é fundamental para a garantia da cidadania da sociedade, oficializando os momentos mais importantes da vida de cada indivíduo.
Nos últimos anos, o número de mulheres que atuam como registradoras civis tem crescido significativamente. A oficiala também tem um papel importante na promoção da acessibilidade e inclusão social, uma vez que pode atuar na emissão de documentos para pessoas com vulnerabilidade social, por exemplo, garantindo que elas tenham seus direitos respeitados e possam exercer plenamente a cidadania. Seu trabalho é essencial para garantir que todos os cidadãos possam exercer seus direitos plenamente e de forma justa.
No mês que comemora-se o Dia Internacional da Mulher, entrevistamos a registradora Ana Carolina Baêta, diretora do Recivil. Ela aborda as amplas funções de uma oficiala de RCPN.
Recivil: Como você decidiu seguir a carreira de registradora civil e como foi sua preparação para o concurso público?
Ana Carolina Baêta: Decidi seguir a carreira inspirada por uma mulher que teve um papel muito importante na minha trajetória profissional, e, principalmente na época em que eu cursava a Faculdade de Direito: Dra. Aléssia Santa Bárbara. Ela me orientou e direcionou por onde eu deveria começar e por coincidência teve um concurso bem no ano após a minha formatura, em que logrei êxito. Essa aprovação me trouxe um estímulo para continuar prestando outros concursos de cartório, sempre me preparando com muita dedicação, privação e determinação em prol da aprovação. Atualmente, graças a Deus, sou titular de um Registro Civil Sede de Comarca que me traz muita satisfação e gratidão.
Recivil: Como você avalia a presença das mulheres nos cartórios nos últimos anos?
Ana Carolina Baêta: Eu fico muito feliz com o cenário atual e me sinto representada pelas inúmeras mulheres registradoras, percentual que cresce de forma constante de acordo com as pesquisas. Reflexo de uma geração de mulheres que vai à luta e que está conquistando seu merecido espaço, em um mercado de trabalho marcado pelo machismo e preconceito no Brasil.
Recivil: Qual é o papel da registradora civil na promoção da igualdade de gênero e dos direitos das mulheres?
Ana Carolina Baêta: A mulher vem ocupando lugar de destaque e se fortalecendo a cada dia no mercado de trabalho, atuando em cargos importantes e de liderança. Fato é que ao exercer a função de registradora civil, nós inspiramos outras mulheres a seguir esse caminho profissional que traz muita satisfação e consequentemente promovemos a igualdade de gênero.
Em relação aos direitos das mulheres, atuamos em diversas frentes, vale destacar uma situação muito corriqueira no dia a dia do cartório: o direito que a mulher tem de não incluir o sobrenome do marido no ato do casamento. Por desconhecimento, muitas mulheres acham que é obrigatório a inclusão do sobrenome do esposo no ato do casamento, nossa obrigação é orientar essa mulher que ela tem o direito de se casar e seguir com seu nome de solteira; outro direito importante que atuamos é na emissão de documentos para pessoas com vulnerabilidade social, trabalho que garante o exercício pleno a cidadania.
Recivil: Você já enfrentou alguma situação de discriminação de gênero no exercício da profissão? Como lidou com isso?
Ana Carolina Baêta: Sim. Eu me posiciono e sempre tento manter uma postura firme e confiante diante dessas situações.
Recivil: Como é conciliar os papéis sociais de oficiala, mãe, chefia e cargo de direção?
Ana Carolina Baêta: Confesso que é desafiador. Procuro exercer os 3 papéis oferecendo o que eu tenho de melhor, agindo com responsabilidade, cumprindo com as obrigações, estando disponível para os colaboradores. Como mãe, sigo um conselho de uma amiga: “seja uma mãe possível”. Me empenho ao máximo pela minha filha e assim seguimos na loucura do dia a dia.
Recivil: Quais são as principais mudanças que você espera ver nos cartórios nos próximos anos?
Ana Carolina Baêta: Acredito que os cartórios estão passando por uma profunda revolução, principalmente na parte de tecnologia. Atualmente ninguém precisa se deslocar até o cartório para ter uma certidão de nascimento em mãos. Avançamos muito e um acontecimento que trouxe uma aceleração na introdução dos meios digitais para a prática dos atos registrais foi a pandemia. As inovações tecnológicas na era da pandemia trouxeram uma transformação nos cartórios. A tendência desses avanços tecnológicos é aumentar a cada ano, visando melhorias internas que facilita a rotina do colaborador, consequentemente aumenta a produtividade, garantindo assim a qualidade e a celeridade nos serviços prestados aos cidadãos.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Recivil