Pais desprezam a simplicidade na hora de registrar seus filhos

Escreventes como Luciano Menezes, do 1º Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais no Município, há muito tempo não registram um menino chamado José ou Antônio, ou uma menina com o nome de Maria – a não ser em composições, como Maria Eduarda ou Maria Clara. Hoje em dia, percorrem as maternidades da Cidade e vivem às voltas com nomes carregados de letras, que não seguem padrões. Para se ter idéia, pode haver Stephanny, Estéfani ou Estefany. Depende dos pais.

 

”A maior procura”, destacou, ”tem sido por Juan. Mas pode ser que comece com j, r (Ruan) ou rh (Rhuan). Na semana passada, registrei uma Gabryelly”, prosseguiu Menezes.

 

”Tem mãe que não sabe escrever o nome que quer dar para a criança. Uma queria pôr no menino o nome de Wellington. Perguntei como ela queria que escrevesse. ‘Ah, não sei. Qual você acha mais bonito?”’, descreveu Ana Rodrigues Telles, do São Lucas, que se surpreende ao ver um bebê chamado Bernardo, Enzo ou Valentina – em sua opinião, nomes ”bonitos”.

 

Há quem, em vez de apelar para a diversificação da grafia de nomes comuns, invente outros. E, dificilmente, adianta interferir.

 

”Uma mãe chegou no cartório e disse que o nome do filho seria Wicles. Eu tentei: ‘Mãe, não faça isso’, mas ela insistiu. E, dois anos depois, quando ela conseguiu o reconhecimento da paternidade do menino, me disse para não mexer no registro, porque ‘o nome é bonito mesmo, viu?”’, relatou Menezes.

 

E quanto ao escrevente? Tem um filho de nome composto: Luan Guilerme (sem h), de 1 ano e 1 mês – Luan, pela junção de seu nome, Luciano, com o da esposa, Andressa, e Guilerme é seu sogro. ”Luan significa alegria, e Guilherme, guerreiro”, esclareceu, ainda, o oficial.

 

 

Fonte: A Tribuna – Baixada Santista