Parlamentares querem regularizar testes de paternidade no Estado

 

A realização de um mutirão, com os laboratórios credenciados pelo Governo Estadual para a realização de testes de paternidade, foi a solução encontrada pelos deputados da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, para regularizar a situação dos 10 mil exames autorizados judicialmente no Estado, mas que ainda não foram concluídos. A proposta foi feita, por meio de requerimento de autoria da comissão, durante a reunião desta quarta-feira (19/9/07), solicitada pelo deputado Fahim Sawan (PSDB), para debater questões relativas ao tema.

Segundo Sawan, os recursos necessários podem ser obtidos, por meio de emenda ao Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), que chega à ALMG este mês. Para ele, a ação tem caráter preventivo e evitará gastos desnecessários tanto ao Executivo, quanto ao Judiciário. “Existem laboratórios capazes para a realização adequada dos exames, portanto acho que daremos um passo à frente se zerarmos essa fila de espera que já tem milhares de exames. A solução financeira, a Assembléia vai encontrar”, afirmou. Os deputados Carlos Mosconi (PSDB), presidente da comissão, e Hely Tarqüínio (PV) também reforçaram a necessidade de a comissão atuar pela emenda no PPAG.

O representante da Secretaria de Estado da Saúde, José Maria Borges, lembrou, no entanto, que, para que o mutirão dê resultados, é preciso que haja pontos de coleta adequados, assim como a capacitação dos profissionais para identificação e transporte de material. “Vamos precisar de tempo e de recursos, mas considero a solução boa e viável”, destacou. Borges confirmou ainda que há mesmo carência no atendimento aos exames autorizados judicialmente. De acordo com ele, são realizados 300 testes por mês, mas a demanda chega a 380.

O deputado Ruy Muniz (DEM) teve dois requerimentos aprovados sobre o tema: ele pediu envio de ofício ao secretário de Estado da Saúde, Marcus Pestana, para que o órgão descentralize o credenciamento dos laboratórios, de acordo com as necessidades técnicas de coleta, identificação e transporte de material. Mais que isso, pede que haja proporcionalidade na realização dos exames na Capital e no interior. O segundo requerimento solicita moção de aplauso ao trabalho realizado pela coordenadora da Promotoria Declaratória de Paternidade do Estado, Beatriz Lourdes de Souza.

O deputado Fahim Sawan teve ainda requerimento aprovado pedindo a realização de audiência pública conjunta com a Comissão de Direitos Humanos, para ampliar a discussão sobre o tema, com a participação da sociedade.

Exame dá 99,9% de garantia, segundo defensor

O representante da Defensoria Pública de Minas Gerais, Bruno Lombardi, lembrou a credibilidade do exame, assim como a sua necessidade para a mãe e a criança. Segundo ele, é preciso dar mais celeridade à fila de espera, uma vez que um terço das crianças no Brasil são registradas sem pai, atualmente. A coordenadora da Promotoria Declaratória de Paternidade do Estado, Beatriz Lourdes de Souza, reforçou a fala de Lombardi ao dizer que, além de eficaz, o exame é gratuito. “O teste presta assistência às mães, por isso, temos que garantir o acesso de toda a população à esse benefício, além de fazer com que os resultados sejam concluídos o mais rápido possível”, disse.

O deputado Sebastião Helvécio (PDT) também reforçou a idéia de que a comissão atue no sentido de viabilizar o aporte financeiro para a realização do mutirão. Segundo ele, é possível conseguir até R$ 2,5 milhões em recursos. “Precisamos implementar na ALMG uma política pública que regularize a realização dos testes de paternidade em Minas Gerais“, concluiu.

Requerimento – Durante a reunião, foi aprovado ainda requerimento, de autoria do deputado Carlos Pimenta (PDT), que solicita autorização para visita da comissão à Espanha, para conhecer o sistema de saúde daquele país.

Presenças – Deputados Carlos Mosconi (PSDB), presidente; Hely Tarqüínio (PV), vice; Carlos Pimenta (PDT); Doutor Rinaldo (PSB); Ruy Muniz (DEM); Fahim Sawan (PSDB); e Sebastião Helvécio (PDT), além da representante do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, Mariana Salazar.

 

Fonte: ALMG