Após um rascunho de um projeto de lei para limitar a transmissão de cidadania italiana vazar na imprensa, o partido governista Liga Norte negou que tenha a intenção de impor um novo limite sobre o tema.
Batizado de “Decreto Salvini”, em referência ao ministro do Interior, Matteo Salvini, o documento limita até a segunda geração a transmissão de cidadania “jus sanguinis” (direito de sangue) para descendentes de italianos – o que muda radicalmente a regra atual, que não prevê nenhum tipo de limitação geracional.
De acordo com o rascunho, a medida queria igualar a legislação italiana com a de outros países da União Europeia, como Alemanha, Espanha e Portugal, e valeria para pedidos de cidadania já em andamento. O texto ainda delimita a concessão da cidadania por razões humanitárias.
A publicação do rascunho provocou indignação entre os ítalo-brasileiros, que chegaram a arrecadar mais de seis mil assinaturas em uma petição on-line contra a decisão.
Em um vídeo postado no Facebook, o deputado ítalo-brasileiro Luis Roberto Lorenzato, eleito pela Liga Norte, afirmou que o “decreto não fala dos italianos no mundo” e que o slogan do partido nas últimas eleições – “os italianos primeiro” – também se aplica aos “italianos no exterior”. https://www.facebook.com/votepelacidadaniaitaliana/videos/2151653691741720/
Segundo o parlamentar, esse era apenas um de muitos documentos feitos pelo Ministério do Interior e não será levado adiante.
De acordo com dados do Instituto Italiano de Estatísticas (Istat), divulgados pela Agência Ansa, no ano passado, cerca de 224 mil pessoas conseguiram a cidadania italiana, sendo que os brasileiros aparecem na oitava posição do ranking (com 5.799 concessões).
Fonte: Anoreg BR