Projeto social para a documentação de presos completa um ano

Belo Horizonte (MG) – O projeto Resgatando a Cidadania, que tem como objetivo documentar os presidiários do estado de Minas Gerais, completou um ano no início do mês de fevereiro. A parceria entre a Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS) e o Recivil possibilitou durante esse período o atendimento de quase 17 mil presos. 
 
O projeto veio solucionar a dificuldade das unidades prisionais em regularizar a documentação dos detentos e, assim, auxiliar no processo de reinserção social de e pleno exercício da cidadania.
 
O ano de 2014 começou levando o projeto a seis cidades. Leopoldina, Muriaé, Cataguases, Visconde de Rio Branco, Ubá e Montes Claros foram beneficiadas pela parceira Recivil e SEDS.  
 
 
O diretor do Presídio de Cataguases, Alan Neves Ladeira Rezende, informou que desde sua entrada no sistema prisional, há 10 anos, existia uma barreira muito grande em relação à documentação. “O projeto encurta o caminho para a cidadania. Uma vez que, a demanda gerada é grande e o município não tem como atender”, pontuou.
 
Tendo como foco a ressocialização de qualidade, a diretora do Presídio Regional de Montes Claros, Camila Regina Marques Rocha, ressaltou que a unidade oferece além das parcerias de trabalho remunerado, projetos com as famílias dos presos. “Procuramos humanizar a pena, e acolher da melhor maneira possível. Tendo em vista que o nosso público atendido é de classe muito baixa, o projeto de documentação vem ao encontro dessa necessidade”, finalizou. 
 
A assistente social da unidade, Gláucia Aguiar, disse que a certidão é o sonho do profissional de serviço social dentro do sistema prisional. “O documento é a ferramenta principal para a ressocialização, e o projeto significa um avanço dentro do presídio, para transformar o preso em cidadão”, acrescentou Gláucia.
 
 
No Presídio Alvorada, também em Montes Claros, o diretor geral, Geraldo Dias de Carvalho Junior, explicou que a grande parte dos detentos da unidade cumprem pena em regime semi-aberto, ainda assim, é difícil localizar a certidão para providenciar os demais documentos, que são necessários para abertura de conta bancária para o recebimento do pagamento junto aos parceiros. “O programa de ressocialização tem mostrado resultados, tendo em vista que as empresas parceiras têm absorvido a mão de obra de detentos que ganharam progressão de pena, e a documentação também é uma aliada nesse processo”, acrescentou o diretor.