Recivil atende moradores carentes na região metropolitana de Belo Horizonte

Uma das regiões mais carentes de Minas Gerais, com 90 mil habitantes e onde o cartório de registro civil mais próximo está localizado a cerca de 30 km. Esta é a realidade do local em que foi realizada a 7ª etapa do projeto Cidadania dos Ciganos e Nômades Urbanos.  


“A população é carente, e como o cartório é distante, as pessoas têm que gastar com a passagem, e com isso muitas crianças ficam sem o registro de nascimento”, afirmou Carmelinda Augusta Stanislau, de 33 anos, moradora do bairro Ypê Amarelo, em Nova Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.  


“Têm algumas famílias que demoram para registrar a criança. Trabalho no PSF (Programa Saúde da Família), e muitas mães chegam com o cartão de vacina sem o nome da criança, porque ela ainda não foi registrada”, contou. “Seria importante se tivesse um cartório mais próximo da população”, idealizou Carmelinda, que aproveitou a presença da equipe de projetos sociais do Recivil na Casa de Apoio Ypê Amarelo para pedir a segunda via da certidão de nascimento dela, de seu companheiro, e dos filhos. “Vim pedir a segunda via das certidões, porque vou me casar ano que vem e estou precisando delas”, contou a moradora.  



Carmelinda Augusta Stanislau falou sobre a dificuldade encontrada pelos moradores


do bairro em função da grande distância entre o cartório mais próximo


 


Além de Carmelinda, o Recivil atendeu cerca de 200 pessoas, que nos dias 9, 10 e 11, estiveram na casa de apoio para terem acesso aos serviços de registro civil, além da carteira de identidade e das fotografias 3×4.  


Vanessa Pinheiro de Jesus, de 14 anos, foi ao local acompanhada da mãe e da irmã para pedir a segunda via da certidão de nascimento e da carteira de identidade. “Estou achando esta oportunidade ótima, porque não estava tendo tempo, e como aqui é mais perto, ficou mais fácil”, contou Vanessa.  


“Esta é uma bênção do Senhor para nós, porque não temos condições de tirar os documentos”, contou Maria Aparecida Pinheiro de Jesus, mãe das adolescentes.  



Vanessa Pinheiro de Jesus e sua mãe compareceram a Casa de Apoio Ypê Amarelo onde foram atendidas pela equipe do Recivil


A dificuldade de acesso aos documentos também foi um dos motivos que levou Ágata Araújo Caldeira dos Santos, de 21 anos, a procurar o atendimento feito pelo Recivil. A moradora pediu a segunda via de sua certidão de casamento e da certidão de nascimento de dois irmãos. “Foi ótimo, porque nunca acontece uma coisas dessas por aqui”, disse.  


A ação ainda contou com a presença do defensor público Bellini Figueiró Bastos, que sempre acompanha e auxilia os projetos sociais do Recivil. “A parceria do Recivil com a Defensoria Pública é sempre proveitosa e importante para a formação da cidadania das pessoas, e espero continuar com a parceria por muitos anos”, disse o defensor público.


A 7ª etapa do projeto registrou 109 pedidos de segundas vias de certidões e 108 pedidos de carteiras de identidade. Um deles foi o de Erick Gonçalves Rodrigues, de 10 anos, que compareceu ao local mesmo com pontos na cabeça, após se machucar. “Quando fui fazer os pontos eles pediram a carteira de identidade e eu não tinha”, disse o garoto.


 


Sétima etapa do projeto Cidadania dos Ciganos e Nômades Urbanos foi realizada no bairro


Ypê Amarelo, uma das regiões mais carentes de Minas Gerais