Atriz Carol Marra consegue na Justiça alterar o gênero em seus documentos

Depois de muita luta, Carol Marra conseguiu mandado judicial para mudar para feminino o gênero nos seus documentos. A nova certidão de nascimento foi expedida no último dia 31 e, com ela, é como se a modelo e atriz tivesse nascido mulher. É um caso raro no Brasil. "Já tinha a mudança do nome social, no RG já constava Ana Carolina Viana Marra. Mas o gênero era feminino trans. Fazendo ou não a cirurgia de redesignação sexual, trocar o gênero é muito difícil. Em um único dia gastei quase mil reais em certidões, taxa de passaporte, isso e aquilo. Mas valeu a pena, estou muito feliz", diz ela.


Na nova certidão, não consta mais o termo 'trans'. "Agora sou legalmente eu. Durante muito tempo viajei com documento falso, acredita? Preferia ser presa por portar documento falso a ser chamada por um nome que não condiz com a minha realidade", afirma. Em seu passaporte, até então, constava o gênero masculino. "Isso me trazia muitos constrangimentos. Acham que você está viajando para se prostituir. Uma vez fiquei na fila da imigração, em Paris, por mais de uma hora, quando fui fazer um desfile. Foi um nítido caso de preconceito do funcionário", diz ela.


Carol está no elenco de Brasil a Bordo, nova série de Miguel Falabella na Globo, que estreia ano que vem. Além do trabalho na TV, ela está no elenco de três filmes que estreiam em 2017. Em A glória e a graça ela contracena com Carolina Ferraz, em O homem perfeito atua ao lado de Luana Piovani, e no longa-metragem Berenice procura, interpreta uma vilã.


"Amo a moda, mas acho que esse ciclo se encerrou. Não tenho mais como disputar passarela com meninas de 15 anos. É claro que se for chamada para fazer um desfile, eu farei. Mas meu foco agora é a carreira de atriz", afirma Carol que garante estar solteira por opção. "Tem que ser muito homem para estar comigo, ter orgulho de mim, não vergonha. Minha história é linda. Tenho mais valor do que muitas. Algumas perderam a total noção do que é ser mulher".

 

 

Fonte: Época