Apesar de tantas opções de serviços, o que mais chamou a atenção durante o evento foi o casamento coletivo. O carreteiro José Gomes, de 73, e a vendedora Maria Eunice Alves de Souza, de 46, que moram juntos desde 1979, decidiram oficializar a união ontem. Para eles, depois do nascimento dos três filhos, esse é o momento mais importante da vida. “Com tantos anos juntos não dá para negar que há muito amor entre nós. Agora, terei orgulho de passar a assinar com o sobrenome de meu marido”, comemorou Maria Eunice, dando um beijo
CARTÓRIO ITINERANTE
Durante o evento, o Sindicato dos Oficiais de Registro Civil de Minas Gerais (Recivil) apresentou à população o Cartório Itinerante, que funciona dentro de um ônibus. De acordo com a coordenadora de projetos sociais do Recivil, Maria Cecília Duarte, mais de 13% dos mineiros não têm nenhum tipo de registro e a maioria dessas pessoas está localizada em quilombolas, comunidades indígenas e ciganas, além das zonas rurais. “Com o ônibus, elas poderão ter a documentação em tempo real, como registro de nascimento, segunda via da carteira de identidade, certidão de óbito e reconhecimento de paternidade”, informa. A primeira região atendida pelo Cartório Itinerante será o Vale do Jequitinhonha.
A empregada doméstica Iraci Junqueira dos Anjos, de 42, que perdeu a carteira de identidade há 18 anos, usando durante todo esse tempo a carteira de trabalho como identificação, aproveitou para tirar a segunda via. “Eu não quis fazer a identidade por causa do preço. Como tudo aqui é de graça, eu aproveitei”, contou. Ela também fez as unhas e cortou os cabelos do filho, outras atividades gratuitas que fizeram parte do programa. “Todas essas oportunidades têm que ser aproveitadas. Medirei a minha pressão e farei testes de glicose para saber se está tudo em ordem”, acrescentou. Para o secretário de ação social de Santa Luzia, Wellington Schettini, os R$ 20 cobrados para a emissão da segunda via do documento pesam no bolso das pessoas carentes. “Com certeza é o serviço mais procurado e a vantagem é a rapidez na emissão, pois tudo está no mesmo local”, disse.
Fonte: Jornal Estado de Minas – 26.08.07