O município de Gameleiras foi a segunda parada da Caravana da Assistência Social, onde a equipe executou o atendimento na Câmara dos Vereadores com a presença do prefeito Domingos Ferreira de Souza.
O evento transcorreu tranquilamente apesar do grande número de pessoas que aguardava na fila por atendimento. Além da emissão de segundas vias de certidões, e da carteira de identidade, a equipe atendeu alguns casos de registro tardio, como o caso de Jandira Moreira de Sena, 23 anos.
Jandira, junto com marido Joaquim Souza Silva, 29 anos, procurou a equipe da Caravana na tentativa de executar seu registro tardio. Muito revoltada e bastante emocionada, quando soube dos trâmites legais necessários para executar o registro Jandira desabafou: “Quando eu era menor de idade e corri atrás do registro falavam que não podia porque precisavam da presença da minha mãe, agora que sou maior de idade falam que precisa da presença do juíz.”
O promotor da Comarca de Porteirinha, Ali Mahmoud Fayez Ayoub, explicou os procedimentos jurídicos necessários nos casos de registros tardios: “O defensor público dá entrada nos papéis do processo, reúne alguns documentos e todas as informações possíveis da vida da pessoa. Em seguida, o processo é analisado pela promotoria que dá seu parecer e encaminha o processo para o juíz que dá o veredicto final”.
Para solicitar assistência judiciária no caso de registro tardio, é preciso certidão negativa de registro – documento fornecido pelo cartório de registro civil; certidão de batismo ou certidão negativa de batismo; certidão de casamento dos pais; nome completo e qualificação de duas testemunhas.
Esse procedimento, apesar de burocrático, é necessário uma vez que há tentativas de falsificação de identidade, conforme afirma o promotor Ali Mahmoud: “Todos os casos de registro tardio que aparecem aqui no Fórum são analisados com muito cuidado. Já ocorreram situações de pessoas que moravam em comunidades quilombolas, alegavam o registro tardio, e,quando descobrimos, eram pessoas que haviam cometidos crimes em outros estados e estavam se escondendo no município”.
No caso do casal de Monte Azul, segundo o marido Joaquim, o processo já foi encaminhado ao Fórum. Jandira chegou até a Caravana da Assistência Social com uma procuração que confere amplos poderes ao advogado
Dentre os problemas existentes na execução do registro tardio, está a distância entre os municípios e a Comarca. Na maioria das vezes, as pessoas que precisam desse tipo de acompanhamento jurídico são moradores de zonas rurais ou locais de difícil acesso estando assim muito distantes da Comarca onde o processo deveria correr.
A promotora Vanessa do Carmo, da Comarca de Janaúba, reconhece que além da distância entre os municípios e as comarcas, muitas vezes os processos demoram a ser solucionados por falta de estrutura física e recursos humanos do judiciário: “Um único juiz tem mais de cinco mil processos para dar o parecer, e isso dificulta muito.”
Ao final do dia os números do evento foram:
Carteira de identidade | 325 |
2ª via de certidão de nascimento | 208 |
2ª via de certidão de casamento | 24 |
2ª via de certidão de óbito | 3 |
Registro | 0 |
Solicitação de registro tardio | 3 |
Requerimento de óbito tardio | 3 |
Certidão negativa | 0 |
Fotografia | 1.215 |
Jandira, de 23 anos, junto com marido Joaquim, na busca pelo seu registro de nascimento