União estável cresce, na última década, de 31,7% para 35,9%

Pressão da família, dinheiro, convenção social ou filhos. Há poucas décadas, os brasileiros se casavam por uma série de motivações que muitas vezes deixavam o amor em segundo plano. Um casal que decidia morar junto sem antes subir ao altar e passar por todos os ritos do casamento era estigmatizado e não tinha direito a benefícios garantidos a outras uniões formais. Mas a sociedade evoluiu e o preconceito e o conservadorismo deram espaço à liberdade. Com isso, juntar as escovas de dente sem antes assinar uma certidão de casamento não é mais um tabu.

O último censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o número de casais que se uniram por meio de cerimônias civis e religiosas no Distrito Federal caiu de 45,4% em 2000 para 42% em 2010. Nesse mesmo período, houve aumento do total de brasilienses que optaram apenas pela união consensual. Em 2000, esses casais representavam 31,7% do total e, na última pesquisa, esse número subiu para 35,9%, um crescimento superior a 13%.

Por opção
A bancária Fabiana Telles, 33 anos, e o coronel do Exército Moraes Lopes Júnior, 49, não foram alvo de pressão social ou familiar quando optaram apenas pela união estável, em vez do casamento civil. Moraes, que já havia sido casado, estava separado quando conheceu a atual mulher. Em dezembro de 2008, eles foram a um cartório para assinar a escritura de união estável. Fabiana, que já tinha uma filha de um relacionamento anterior, ficou grávida. Hoje, o casal vive com a caçula, Beatriz, 2 anos, e tem também a companhia da filha mais velha de Fabiana, Maria Luiza, 7, e do filho mais velho de Moraes, Leonardo, 17. “Aqui em casa temos os meus, os seus, os nossos”, brinca a bancária. “Formamos uma família mesmo sem termos uma Certidão de Casamento. O que importa é o afeto e o bom ambiente familiar. Nos amamos, nossos filhos se dão bem e isso é muito mais importante do que qualquer outra coisa”, diz Fabiana.

 

Fonte: Jornal Correio Brasiliense