Cartórios investem em salas de casamento e oferecem até champanhe para noivos em Goiânia

Objetivo é tornar o dia ainda mais especial mesmo para aqueles que não farão uma festa. Noivas usam até véu e grinalda para registrar a união civil.

 

Música ao vivo, bolo e até champanhe… Noivos podem ter tudo isso no dia do casamento, mesmo que não tenham uma festa convencional, já que cartórios de Goiânia estão investindo, cada vez mais, em espaços dedicados exclusivamente à cerimônia. O objetivo é tornar o tão sonhado dia em um momento ainda mais especial. Os mimos atraem os casais, que também se vestem com toda a beca que a ocasião pede.

 

A bancária Keylane Barbosa dos Santos, de 28 anos, desejava formalizar a união com o guarda civil Jamil David Avelino, de 36 anos, com quem já mora há 13 anos e tem dois filhos. Ao invés de gastar com uma festa, ela preferiu viajar com o marido. No entanto, não abriu mão do vestido de noiva e optou pelo Cartório Silva por oferecer este serviço.

 

“É um momento especial, único. Mesmo que seja apenas no cartório, merece um capricho e, por isso, escolhemos um cartório que oferecesse uma recepção”, contou após se casar

 

A cerimônia no cartório dura até 15 minutos e os juízes de paz permitem que os convidados dos noivos assistam. No caso de Keylane e Jamil, eles receberam os cumprimentos dos familiares ao som da música tocada por um pianista.

 

Tabelião de outro cartório, Antônio do Prado conta que, ainda na década de 60, notou que havia a necessidade de se criar um espaço separado para os casamentos civis, pois muitos noivos ficavam constrangidos de celebrar a união no mesmo local em que alguém registrava, por exemplo, um óbito. Por isso, ele construiu, na época, uma sala de cinco metros quadrados voltada para as celebrações.

 

Atualmente, Prado conta com um prédio exclusivo para casamentos, com cerca de 200 metros quadrados, e já registrou mais de 100 uniões em um só dia. O local possui recepção, salas de realização de casamento e espaços exclusivos para os noivos receberem os cumprimentos dos familiares, que tem até uma maquete de bolo e champanhe. Os serviços não têm custos para os noivos, além da taxa de casamento.

 

“É um sucesso, a noiva vem vestida de noiva, entra no clima de um casamento. Se a sede for boa, os noivos preferem receber os cumprimentos no local do que em casa, quem não tem condição de pagar por uma festa consegue realizar aqui o sonho”, ressalta Prado.

 

O casamento civil custa R$ 236 em Goiás, mas pode aumentar se o juiz de paz precisar, por exemplo ir ao local de uma festa. Já uma festa de casamento para 200 pessoas, por exemplo, custa em média R$ 100 mil, segundo o cerimonialista Alexandre Lozi. Há 15 anos no ramo, ele afirma que, apesar da despesa, a emoção do evento não tem preço.

 

“Não tem como substituir. A festa traz alegria, é uma noite única, mágica, inesquecível, o que recebo de retorno é que é um sonho realizado, uma fantasia”, ressalta Lozi.

 

Como registrar a união

 

Os cartórios que registram casamentos são os de Registro Civil. Eles podem ser consultados no site do Tribunal de Justiça de Goiás.

 

Apesar de a cerimônia ser rápida, é necessário entrar com um processo para análise de documentos pelo menos 30 dias antes da data marcada com os documentos. Depois de aprovada, a certidão tem validade por 90 dias.

 

Atualmente, os cartórios realizam a cerimônia até à noite e aos finais de semana. Veja os tipos de união que podem ser registradas:

 

  • união com comunhão parcial de bens – o casal divide tudo o que adquiriu após a união;
  • união com comunhão universal de bens – os cônjuges dividem até mesmo o que tinham antes de se casarem;
  • união com separação total de bens – cada pessoa fica com o que adquiriu ao longo do casamento;
  • união com participação dos aquestros – em caso de separação, são somados e divididos pela metade os bens adquiridos durante o casamento, mas as dívidas são de responsabilidade daquele cônjuge que a constituiu e não pode comprometer o patrimônio particular do outro. Nesse regime é necessária a Escritura Pública de Pacto Antenupcial.

 

Fonte: G1