A região de Chapada do Norte, em Minas Gerais, recebeu nos dias 15, 16 e 17 de outubro a equipe de projetos sociais do Recivil para a realização da 3ª etapa do projeto social “Registro Civil Quilombola e Indígena é Direitos Humanos”.
Nos três dias foram realizados mutirões de cidadania para a documentação dos quilombolas das comunidades de Moça Santa, Porto dos Alves e Poções. Cerca de 80 quilombolas foram atendidos pela equipe.
Ônibus do Recivil teve dificuldades para percorrer o trajeto entre as comunidades quilombolas
O ônibus do Recivil saiu de Belo Horizonte no dia 14 de outubro e viajou mais de 500 quilômetros até chegar ao município de Chapada do Norte. O município é conhecido por ser o segundo mais pobre do estado de Minas Gerais. A maior fonte de renda da sua população são os programas assistenciais do governo, seguido das pensões por aposentadorias e da emigração anual de boa parte dos homens do município para o corte de cana no interior de São Paulo. A população aproveita a época da chuva para a plantação e para a colheita.
Segundo o Oficial de Chapada do Norte, Anísio Reis Lemos Soares, este foi um dos motivos que fizeram com que o número de atendimentos não fosse maior. “Eu acho este projeto muito importante, no entanto, conseguiu-se pouca adesão por causa da chuva. Nesta época o pessoal vai plantar. Outro fator que prejudicou foi a questão da migração sazonal, tem muita gente fora do Estado que vai colher cana de açúcar em São Paulo. De certa forma é importante que sejam realizadas outras etapas porque grande parte da população ainda precisa da documentação”, explicou o Oficial.
O Oficial de Chapada do Norte, Anísio Lemos dos Reis, participou do projeto
A distância não foi o único obstáculo enfrentado pela equipe. Por causa das constantes chuvas nas estradas de terra, no primeiro dia de projeto, o ônibus encontrou dificuldades em percorrer o trajeto entre as comunidades. “A estrada ficou escorregadia e o ônibus deslizou bastante. Não conseguimos subir o morro. Voltamos para a cidade e conseguimos um taxi para chegar até as comunidades de Moça Santa e Paiol”, explicou a coordenadora dos projetos, Andrea Paixão.
A chuva não deu tréguas e o segundo dia de evento teve que ser adiado. Porém, no dia 17 de outubro o sol resolveu aparecer e a equipe conseguiu chegar até as comunidades de Porto dos Alves e Poções.
Equipe de projetos sociais atendeu a população carente na calçada
“Estas são comunidades carentes, muito pobres e que vivem em locais isolados e de difícil acesso. O projeto de cidadania realizado pelo Recivil leva a estas pessoas possibilidades que elas nunca haviam pensado. È importante que a cidadania alcance lugares como estes e ajudar neste processo é muito gratificante”, completou Andrea Paixão.