Juíz espanhol é suspenso por negar adoção a casal homossexual

Um juiz da Região de Murcia, sul da Espanha, foi suspenso do Conselho Geral do Poder Judicial (CGPJ) por não ter concedido a um casal de lésbicas o direito a uma delas de adotar legalmente a filha biológica da parceira, informou hoje a imprensa do país.

O juiz Fernando Ferrin Calamita, famoso por manter posições conservadoras, foi suspenso de forma cautelar com três votos a favor (dado por conselheiros de centro-esquerda) contra dois do CGPJ após uma denúncia feita pelas duas mulheres.

A adoção por parte de gays e lésbicas é legal na Espanha com base na lei sobre o casamento homossexual que entrou em vigor por iniciativa do governo socialista do primeiro-ministro José Luis Zapatero.

As duas mulheres, Vanesa de las Heras e Susana Meseguer, haviam entrado em contato com o juiz há dois anos para formalizar a adoção, uma prática que normalmente dura alguns meses, mas que o juiz Calamita, não havia concedido até o momento.

O juiz já havia cometido outros atos famosos de conservadorismo. No início de sua carreira, em 1987, ele havia prendido duas mulheres que tomavam sol em uma praia com os seios descobertos. As mulheres logo foram libertadas, visto que o topless havia sido legalizado no país dois anos antes.

No ano passado havia gerado polêmica ao negar a guarda do filho a uma mãe e concedendo-a ao pai, no decorrer de um julgamento de divórcio, pelo fato de que ela convivia com outra mulher.

Calamita escreveu na ocasião que “a condição homossexual prejudica os menores e aumenta sensivelmente o risco de que eles também se tornem (homossexuais)”.

 

Fonte: IBDFAM